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Luiz Caldas, voz e violão

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Foto: reprodução do YouTube

Um reencontro inesperado.

Madrugada dessas, eu isone prospecto a tela do celular em busca de sei-lá-o-quê que me distraia – e, de repente, não mais que de repente, topo com o músico e cantor Luiz Caldas em seu canal no YouTube.

Oxi,

Por onde o moço anda?

O que anda fazendo?

O que é a modernidade…

Estava meio solitário, noite adentro, a andar pela casa e revolver novos e antigos fantasmas – e tenho, agora e do nada, essa boa surpresa.

O baiano faz releitura de sucessos nacionais e internacionais, com raro talento.

Voz e violão.

Tem dezenas de vídeos em na galeria do canal.

Me encantam.

Vou passando e repassando uma a uma as canções e aplaudo a destreza com que domina o instrumento, a delicadeza dos acordes, a harmonia que dá à sequência de notas.

É um cantor correto, mas tem personalidade nas interpretações

Juro que não o tinha em tamanha dimensão.

Lembro o jovem Luiz Caldas em início de carreira.

Início dos anos 90, por aí.

Fazia um sucesso enorme com uma música sacudida que falava de abelha, mel, colmeia…

Quem se lembra?

Nunca foi das minhas preferidas.

Eu andava pela Agência do Estadão, defendia uns trocos como repórter da área de Cultura.

Fui destacado para entrevistá-lo numa coletiva de imprensa. O cenário era o hall de luxuoso hotel em São Paulo.

O moço me apareceu todo frajola.

Trajava roupas de cores berrantes,  uma pena entre os cabelos longos e escorridos, brinco à la pirata numa das orelhas e… descalço em pleno inverno paulistano.

Que figura!

Depois pouco soube dele.

Vez ou outra ouvi dizer que é reconhecido como um dos pioneiros do axé-music.

Confesso minha indiferença para o fato.

Enfim…

Tenho lá minhas travas.

Nada, porém, que me impeça de confessar.

Não resisto quando, naquela noite, ele me surpreende ao cantar a esquecida Moço Velho que o grande Sílvio César fez para o Roberto Carlos gravar em idos de 1973.

Assalta-me um assombro de sentimentos.

Incontrolável.

‘Preciso postar essa música’, prometo a mim mesmo.

Esperei o domingo que é um dia mais tranquilo.

Aqui está…

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