Não chega a surpreender os resultados da pesquisa DataFolha de intenção de voto para a Presidência da República. Marina, a candidata que substituirá Eduardo Campos, empatou com Aécio Neves na segunda colocação (21% A 20%) e, em uma simulação com Dilma (36%) no segundo turno, também leva a disputa para o empate técnico (47% a 43% para Marina).
Os resultados mudam o cenário da corrida eleitoral. Mas, como foi amplamente noticiado, não chega a ser uma surpresa. A densidade eleitoral de Marina sempre se mostrou maior que a de Campus (este nunca chegou a atingir a casa dos dois dígitos).
Acrescente-se a este residual de intenção de votos (ainda da eleição de 2010) o impacto da superexposição do nome de Marina na mídia desde quarta-feira, dia do acidente fatídico e teremos um espectro bem favorável à (ainda provável) candidata da coligação “Unidos Pelo Brasil”.
Há outro aspecto bem interessante a se destacar: pesquisas recentes mostram que um número altíssimo de eleitores (em torno de 60 por cento, creio) anseia por mudanças.
Os analistas políticos compreendem esse sentimento pelo que se viu nas ruas em junho de 2013 – aquela explosão de marchas e passeatas que ainda não foi perfeitamente explicada e entendida por eles próprios (os analistas), a mídia convencional (que dançou feio na cobertura) e (não é exagero dizer) pelos diversos segmentos da sociedade.
Tanto é verdade que a tal indignação não se refletia nos indicadores de voto. O eleitorado ainda dividia sua escolha entre Dilma (uma mudança dentro do governo?), Aécio (mudar seria a volta ao reino do tucanato?) e uma considerável coluna de votos nulos ou em branco.
Campos, mesmo se auto-intitulando o representante do novo, a terceira via confiável, não foi assimilado como tal pela maioria dos eleitores.
Marina pode açambarcar essa preferência.
Ou não…
Vamos aguardar cenas do próximo capítulo.
A novela das eleições presidenciais – ao que hoje consta – vai se estender até o segundo turno, em 26 de outubro.