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McCartney

Não vou ao show do Paul McCartney.

Justo eu que à beira dos 6.0 posso lhes garantir – aliás, como já fiz em alentada crônica tempos atrás – devo tantas e tamanhas aos meninos travessos de Liverpool. Que o mundo conheceu, adorou e adora sob o nome de Beatles.

Se pensasse em eventual trilha sonora desta minha parva existência, duas canções de Sir McCartney, o cavaleiro da Rainha, se fariam presentes por tudo e por nada.

A primeira dela é The Long And Winding Road, aquela que diz lá à sua maneira sobre o caminho que, embora sinuoso e diverso, nos leva sempre ao mesmo lugar: à porta de quem se ama. Bonito! Creditada à parceria Lennon/McCartney, soube-se depois a canção é de autoria exclusiva de Paul.

Let It Be é outro dos meus hits preferidos. Gosto da levada da melodia, inspira certa contemplação diante da inexorabilidade da vida e – por que não? – dos amores. Diria que é um bálsamo para as ranhuras da alma. Inevitável cantarolar o refrão, para mim mesmo, em momentos silenciosos, e solitários. É perceptível aqui a parceria com Lennon.

Soube por amigos privilegiados que assistiram ao show em Buenos Aires que as duas constam da playlist do espetáculo. E que há uma sacudida seleção dos Beatles que me faria ainda mais nostálgico do que normalmente sou.

Mesmo assim, prefiro não me arriscar.

Essa coisa de shows em estádio não tem lá o meu perfil.

Ademais, me justifiquei aos bacanas que viajam para onde for sem que há um grande evento musical, a grande contribuição dos Beatles para a minha geração se deu na área comportamental.

Foram eles que, entre outras, nos livraram do autoritarismo do topete, consagrado por Elvis Presley, Tony Curtis e que tais, como moda única e absoluta para se conquistar as mais lindas mulheres.

Foram os meninos travessos de Liverpool que impuseram o reinado da franjinha, do cabelo na testa, da carinha de sonso. Modestamente, nesse novo contexto estético, lá pelos 15 e 16 anos, eu me dei muito bem.

Hoje, nem cabelo tenho mais…

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