Foto: Abel Ferreira na comemoração pelo bicampeonato brasileiro/Fábio Menotti
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Continuo com as lembranças do palestrino campeão.
Depois do já citado 1959 (*) veio o Paulista de 1963. Pontos corridos. Estava no Pacaembu no último jogo – vitória sobre o Noroeste de Bauru, 3×0. Fiquei na arquibancada com outros garotos. Alguns pais preferiram ver o jogo do alambrado. Meu pai, inclusive.
Na festa de comemoração de um dos gols, um rojão explodiu bem próximo ao Velho Aldo. Resultado: ferimentos leves (mas, doídos) nas pernas e perda-total no radinho Speacker, companheiro inseparável do pai para o futebol e para o turfe.
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Tenho brevíssimas memórias dos demais títulos da década de 60 – o Paulista de 1966, alguns Rio-São Paulo, o Robertão de 67 e 69, a Taça do Brasil de 60 e 67, enfim…
Permitam-me dar um salto para a década de 70.
Fomos campeões brasileiro em 1972 com a célebre equipe que protagonizou a era da Segunda Academia: Leão, Eurico, Luis Pereira, Alfredo e Zeca, Dudu e Ademir, Edu Bala Leivinha, César e Nei. Técnico: Oswaldo Brandão.
Fui ao Morumbi ao lado do amigo Astrogildo para o último jogo. Palmeiras 0 x Botafogo 0. Saímos do estádio ressabiados. Dependíamos de outros resultados para sermos campeão. A notícia do título chegou quando estávamos dentro do ônibus da CMTC, apinhado de bandeiras e torcedores palmeirenses, rumo ao centro da cidade. Foi uma confusão generalizada de alegria e empurrões, digamos, comemorativos.
Menos enturmados, preferimos descer num ponto ainda no bairro de Pinheiros. Sem outros excessos, apenas felizes, retomamos a viagem até o Ipiranga em outro ônibus – o Fábrica/Pinheiros -, também tomado por palmeirenses menos ruidosos e mais sóbrios.
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Em 1974, era repórter iniciante em um plantão de domingo na histórica decisão do Paulista. Gol do Ronaldo. 1×0 e a propalada festa corintiana pras cucuias. Deparei-me com a colossal tristeza da chefia da Redação predominantemente torcedora do time do Parque São Jorge. Devastadora a conclusão que a fila continuaria por mais alguns anos.
Fiz o egípcio, indiferente. Mas, por dentro, comemorava mais esta conquista do Verdão..
Na saída do expediente, o motora Seo Elízio, também palmeirense, me saudou:
“Fala, campeão!”
Retribui com discrição e um sorriso cúmplice.
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Em 1976, ainda fomos campeões paulista. Com gol de Jorge Mendonça no último jogo do campeonato contra o XV de Piracicaba no velho Parque Antárctica. Também trabalhei nesse dia – e acompanhei à distância a conquista, sem me dar conta do vazio de títulos que nos esperava na década seguinte.
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Sobre a redenção e a volta dos títulos nos anos 90 direi que:
O mais saboroso – e romântico – foi o Paulista de 93. Pelo inesquecível 12 de junho e por ser da forma implacável que foi, especialmente em cima de quem foi.
Ainda naquele ano, acompanhei da arquibancada do Morumbi ao lado do meu filho e de alguns sobrinhos a vitória do Palmeiras sobre o Vitória no jogo final. 2 x 0. Gols de Edmundo e Evair.
No ano seguinte, 1994, repetimos a dose, com três conquistas. Rio-São Paulo. Paulista. Brasileiro.
Dou como destaque o gol do Maurílio no jogo contra o São Paulo, em pleno Morumbi. Foi o mais triste 1° de maio da história do esporte brasileiro. Ayrton Senna havia morrido pela manhã no trágico acidente na pista de Monza, na Itália.
Tudo parecia bem estranho.
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O Palmeiras perdia por 2 a 1 para o São Paulo. A torcida do Palmeiras vaiou quando Vanderlei Luxemburgo fez Maurílio entrar em campo.
Ecoaram os gritos de sempre:
“Burro”. “Burro”. “Burro”.
Segundos depois, no primeiro lance, Maurílio empatou o jogo.
No final, o Palmeiras venceu por 3 x 2. Gol de Evair.
Luxa saiu de campo todo gabola.
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Palmeiras terminou o século com a conquista da Libertadores em 1999.
Soube pelo rádio do carro que fomos campeão nos pênaltis.
Desacreditei.
Estava em sala de aula durante os 90 minutos da final entre Palmeiras 2 x Desportivo Cali 1.
Dava como favas contadas o título.
Semanas antes, estive com meu filho no Parque Antártica e vimos o showzaço de bola: Palmeiras 3 x River Plate 0, com atuação esplendorosa do craque Alex.
Imaginei que a vitória e o título inédito estariam garantidosm ainda mais por ser no velho Palestra Itália.
Ufa!
Que alívio, respirei.
Que venha o novo século!!!
Avante Palestra!
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*Amanhã escrevo sobre as conquistas no século 21 do maior do século 20.
O que você acha?