“Sempre quis a minha Kombi de um jeitinho certo. A imagem dela na minha cabeça era tão clara que, às vezes, até parecia que eu a via passando pela minha frente”.
É claro que a vontade de ter uma Kombi já havia sido compartilhada com o marido, Marcos. Tanto que, sempre que estavam juntos e viam alguma passando, ele dizia a Karina:
– Um dia conseguiremos ter uma…
(…)
Mas, a própria Karina desconfiava:
– Era como se ele prometesse da boca para fora…
As buscas pelo carro (que supriria melhor a necessidade dos casal) continuaram, mas nenhum dos modelos parecia perfeitamente adequado.
(…)
– Quando chegou o segundo sábado de maio (também conhecido como véspera do Dia das Mães), Marcos me ligou pedindo para eu voltar rápido do trabalho porque ele precisava me mostrar algo muito importante.
Preocupada, Karina resolveu se apressar.
– (Quando chegou) Ele pediu para que eu deixasse o carro estacionado na rua e entrasse correndo. Nervosa fiz o que ele pediu. Não havia ninguém na casa. Até fiquei um pouco brava, confesso…
Mas aí o celular tocou. Ela atendeu e Marcos pediu que fosse diretamente para a garagem.
– Lá eu encontrei meu pai. Naquele exato momento, eu já não entendia mais nada.
Pouco tempo depois, o marido apareceu. E sabe qual foi a visão dela por trás de Marcos:
– Uma Kombi. Mas, aí eu nem sabia dizer se era só a visão que eu sempre tive dela na minha frente ou… se era de verdade!
* Trecho do depoimento da cenógrafa Karina Diglio para o livrorreportagem “Memórias de Uma Kombi”, apresentado como trabalho de conclusão de curso pelas formandas em Jornalismo, Melina Barile, Nicole Pinhatti, Thais Miraldo e Tuanny Caraponale, na Universidade Metodista de São Paulo. Participei da banca, como orientador do projeto, que foi realizada ontem pela manhã. Parabéns às novas jornalistas. Sucesso!