Não vá o sapateiro além das chinelas.
A filosofia da vovó – no tempo em que eu era o neto – é mais do que verdadeira para iniciarmos o post de hoje em que, inevitavelmente, tento comentar as implicações do voto do STF que vai decidir o sim e o não dos tais embargos infringentes.
Não sou doutor em leis – aliás, tudo o que sei, como diria o poeta, é que nada sei. Mas, humildemente, endosso e dou fé ao que os ministros hoje decidirem.
Acompanhei as discussões – em alguns momentos, bem acaloradas – e pude perceber que todos – é o óbvio o que vou dizer – sabem bem o que estão defendendo. Seguem uma linha de pensamento própria, com base em premissas que acreditam – creio – privilegiar o Direito e o bem comum.
Mesmo assim – e apesar da mídia tradicional e mesmo as redes sociais estarem batendo o bumbo de que vivemos uma situação limite – esse clima de Corinthians e Palmeiras, que envolve a sessão de hoje, em nada contribui para a construção de um País, onde verdadeiramente prevaleça a justiça social.
Já vivemos outros momentos em que o clamor popular se fez delirantemente presente e que, imaginamos tolamente, vencida aquela triste etapa, nasceria um novo Brasil. Lembram? O fim da ditadura, o plano cruzado, o impeachment de Collor, a decadência de caciques como ACM, Maluf e que tais, o afastamento de Celso Pitta e outros tantos e tamanhos.
Além de cobrarmos pela justa punição ao mensalão e aos mensaleiros, cabe-nos a tarefa partícipe de continuarmos mobilizados em prol de apuração igualmente conclusiva para escândalos outros que continuam corroendo nosso bolso de contribuinte e nossa alma. Não podemos fechar os olhos para os mensalinhos, os cachoeiras que grassam impunes, o tráfico de influências, os lobbys perniciosos, as licitações com cartas marcadas, obras superfaturadas e outros tantos esquemas afins.
Defendo a soberania do voto do ministro Celso Mello, tenha a propensão que tiver. É o mínimo que se espera de uma sociedade que preza o equilíbrio entre os poderes e os valores democráticos.
Deixemos o nosso lado geraldino e arquibaldo para as ensolaradas tardes de domingo.
Aliás, nem sei se a expressão, consagrada por Gonzaguinha na célebre canção de protesto, ainda serve para as tais ‘arenas’ padrão Fifa (sic), construídas, diga-se, com o dinheiro do contribuinte,