Vou lhes contar como foi o meu trote na USP, nos idos dos anos 70.
Alguém aí do outro lado da telinha era nascido?
Afora uma ou outra gozação – como andar em fila indiana -, a programação foi a seguinte: um festival de filmes húngaros ou alemães ou austríacos ou coisa que o valha, visita ao Museu de Arte Moderna, uma partida de futebol (em que marquei um gol e cunhei meu nome na história futebolística da ECA) e uma cervejada no Bosque ao lado da FAU, embora fossemos todos bixos de jornalismo.
Concordo que o pessoal do Centro Acadêmico Lupe Cotrim, que tinha Augusto Nunes como presidente, pegou pesado.
Exagerou na dose, diria.
Festival de filmes húngaros ou alemães ou austríacos ou coisa que o valha, ninguém merece. E, acrescente-se, foi em preto e branco e sem legenda.
Foi insano.
Mas, não deixou sequelas em ninguém.
Ao menos que eu saiba.
Enfim…
Há que se reconhecer, porém, que fomos bem tratados na recepção.
Tanto que minhas melenas, longas melenas, permaneceram intactas – embora nem assim a Isa e a Bia prestaram atenção naquele jovem e promissor talento jornalístico que hoje alinhava esse post com gosto de saudade.
Mas, com o propósito de ser um alerta.
Pois é lamentável ler todos os anos nos jornais sobre o recrudescimento da violência às portas das universidades. São deprimentes as cenas que ontem e hoje estão no noticiário. E, sabemos bem, não são as únicas.
Ano que vem, moçada, Zoe, brinque, divirta-se.
Mas, deixe a estupidez, as humilhações de lado.
Não ponha em risco a saúde de ninguém.
Não destrua o que pode vir a ser uma grande amizade.
Eu sei o que lhe digo.
Afinal, sou um sobrevivente do festival de filmes húngaros ou alemães ou austríacos…