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Miltinho

Miltinho, o cantor esquecido, que morreu ontem, aos 86 anos, na cidade que tanto amava, o Rio de Janeiro, embalou romances e amores na virada dos anos 50 para os 60.

Era único no jeito de quebrar a voz e fazer a divisão rítmica. “Sou apenas um cantor de samba”, dizia ele, modesto que só. Mas, era mais; muito mais.Foi, entre outros, como Ciro Monteiro, Lúcio Alves e Dick Farney, responsável por aparar as arestas e preparar os novos tempos.

Não tinha vozeirão como os ídolos de então (Nélson Gonçalves, Cauby, Jorge Goulart etc). Também não era bossanovista, da turma do banquinho, violão e acordes dissonantes.

Valia-se unicamente de seu talento natural para interpretar. Com sua voz anasalada e muito suingue, fez pipocar , uma após a outra, uma lista de sucessos inesquecíveis: “Meu Nome É Ninguém”, “Foi Assim”, “Mulher de Trinta”, “Palhaçada”, “Menina Moça”, “O Amor e a Rosa”, “Bolinha de Papel”, “Ninguém É de Ninguém”, “Doralice”, entre outros.

Toda vez que recebo uma notícia dessas ressalta em mim a dúvida: como e o porquê nós, brasileiros, não valorizamos os verdadeiros pilares do nosso cancioneiro?

Um povo que preserva sua identidade cultural tende a desaparecer ou a escravizar-se.

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