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Minha avaliação sobre o debate?

Seguinte, dois pontos, parágrafo, aspas para mim:

I.

Há que se repensar essa formatação de debates na TV entre candidatos a cargos majoritários. Não oferecem a menor atratividade como programas de TV. São enfadonhos e arrastados ainda mais quando duram cerca de três horas, como ontem aconteceu na Rede Bandeirantes.

Além do que, e principalmente, não cumpre sua função básica que é a de esclarecer a opinião pública.

II.

Os candidatos chegam a esses encontros – ao menos, os mais cotados – super preparados pelos marqueteiros de plantão para falar única e exclusivamente o que lhes é conveniente falar.

Já os outros pleiteantes (que mal pontuam nas pesquisas de intenção de votos) adotam o estilo do folclórico Enéas e vão para o confronto e a provocação, pois não têm nada a perder.

III.

O resultado disso é um festival de números, índices, delírios e acusações que o espectador nunca sabe ao certo se são reais ou fruto da pródiga imaginação dos candidatos e suas assessorias.

Outro lado triste é quando os repórteres tentam repercutir o que os candidatos disseram no intervalo entre um bloco e outro ou mesmo ao fim das transmissões. Cada entrevistado puxa descaradamente a tal sardinha para a brasa do nome que está apoiando. Acho constrangedor – e desnecessário – ouvi-los.

IV.

Nada tão calamitoso, porém, quanto ouvir de um candidato que sequer aparece nas pesquisas dizer enfaticamente:

“No meu governo, farei…”

Tá enganando quem, cara pálida?

V.

Os debates entre políticos ganharam espaço na TV no início dos anos 80, quando o País caminhava celeremente para a redemocratização. Depois de anos de repressão e censura, recuperávamos o direito de expor nossas ideias e ideais. Eram verdadeiros ‘pegas’ entre candidatos que ainda não traziam consigo esse aparato funcional que as assessorias preparam para que não corram risco diante das câmeras.

Aconteceram embates históricos (Covas e Maluf, Lula e Collor), tiradas geniais (‘Onde está você, Franco Montoro’, dita pelo nanico Rivailde Ovídio, na eleição de 85), as constrangedoras perguntas de Boris Casoy para FHC , candidato a prefeito de São Paulo, ainda em 85 ( “O Sr. Já fumou maconha?” e “O Sr. acredita em Deus?”), entre outros marcantes e decisivos momentos.

VI.

Para evitar esses tropeços, houve uma enquadrada geral na fórmula dos debates e mesmo na postura dos candidatos. Tudo para convencer o eleitor e, ao mesmo tempo, seduzí-lo. Como se fossem mágicos (e mágicas) a resolver todos os nossos problemas com um estalar de dedos.

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