Vou no embalo da minha conversa de hoje pela manhã com os alunos do pós de jornalismo esportivo na Faap.
Falamos sobre os prós e os contras da realização da Copa do Mundo no Brasil e o desafio de uma cobertura jornalística que vá além do que acontece dentro das quatro linhas das novas arenas.
Não será uma abordagem fácil.
Não teremos aqui a propalada Copa das Copas, o Carnaval fora de época, a celebração de nossa hegemonia como País do Futebol, a Nação ordeira, cordial e progressista.
O panorama que se desenha é de manifestações, protestos e enfrentamentos.
Panorama este que não constava do protocolo da Fifa, a todo-poderosa; menos ainda da Globo e daqueles que pretendiam tirar vantagem eleitoral do evento que, registre-se, de há muito, vai muito além do âmbito esportivo.
Foram tantos e tamanhos os interesses escusos, as jogadas políticas, os esquemas que determinaram um estado de alerta e de denúncia sempre que se aborda o tema em reportagens e congêneres.
A cobertura jornalística que, em seu conteúdo, sair batendo o bumbo a entoar loas ao evento ou ficar restrito ao desempenho do time de Felipão, corre o risco de perder seu bem maior: a credibilidade.
Na aula bate-papo, todos concordamos que, se fossem outras as circunstâncias (menos vorazes, eu diria), o Brasil teria, sim, condições de ser sede de uma Copa do Mundo.
Fossem outros os homens, seriam outras as intenções, dizia meu saudoso professor Cassemiro, nas aulas de Filosofia, do velho Colégio IV Centenário, na rua Bom Pastor.
Aí, sim, poderíamos viver o momento mágico que hoje se transformou em pesadelo para muitos…