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As músicas que nos levam à Itália

Foto: Divulgação/Facebook

Estou desde domingo à noite a cantarolar uma divertida canção italiana.

Chama-se ‘Italiano Vero’.

De autoria de Toto Cutugno, com Gipsy Queens.

Desconfio que o amigo_leitor já a ouviu em algum momento.

Vocês podem conferir abaixo:

O motivo?

Eu explico.

Senta que lá vem historietas.

Não ando lá muito animado com as coisas que acontecem pelaí.

No Brasil e no mundo.

É mesmo um desolador cenário de tristezas.

Talvez por isso meu filho, ciente do meu ponto fraco – o amor pela Itália -, forçou a barra para que fossemos, em família, assistir ao show Vita!, com o cantante Roberto Apo Ambrosi, no teatro Lauro Gomes, aqui mesmo, em São Bernardo do Campo.

Resisti o que pude.

Ando recluso. 

Recluso e desconfiado, acrescente-se.

“É um espetáculo beneficente, pai. Vai ser legal. Só músicas italianas conhecidas.”

Domingo sem futebol deixa um vazio ainda maior na alma dos vadios, como eu.

Que fazer?

Topei a parada, com ressalvas.

Imaginei que só haveria nós três no teatro.

Nunca tinha ouvido falar no homem. 

Pois é.

Tolo engano deste maljambrado descendente de calabreses.

Quando chegamos ao Lauro Gomes, havia um tantão de gente por lá. Todos à espera que se abrissem as portas da sala de espetáculo.

Intuí que pertenciam a alguma associação de oriundi. 

Espalhavam-se por diversos grupos em ruidosas conversas.

Estavam bem animados, notei.

Uma animação fácil de constatar assim que começou o show propriamente dito.

Apo Ambrosi – que, repito, eu não conhecia – já esteve por aqui em outras ocasiões. Tem até fã-clube no Brasil. É natural de Marósquita, cidade italiana co-irmã de Bernô City. Deve andar pela casa dos sessenta quase setenta, tem amplo domínio do palco – e, diria, mais do que um bom cantor, é um bom animador de plateia.

Se bem que, ressalte-se, a turminha por si só era bem empolgada.

Bastou o homem soltar os primeiros acordes da obrigatória ‘Nel Blu Dipinto di BluVolare’ (Domenico Modugno – 1928/1994) para que um coro de vozes ressoasse alegre e afinadamente pelo espaço.

Não preciso dizer, mas digo: assim foi por incríveis quase duas horas.

Enquanto o telão no palco jorrava imagens dos intérpretes originais das canções e cenários da Itália, Apo Ambrosi e os presentes enfileiravam, em alto e bom som, sucessos inesquecíveis.

Tentarei listá-los, de memória.

Confira aí se fazem parte da sua playlist:

Canzone Per Te, Sérgio Endrigo (1933/2005) e Roberto Carlos.

Io Che Não Vivo Senza Te, Endrigo

– Dio Come Ti Amo, Gigliola Cinquetti.

– C’era un ragazzo che come me amava Beatles e Rolling Stones – Gianni Morandi

Roberta – Pepino di Capri

Una Lacrima Sul Viso – Bob Solo 

– Legata ad un granello di sabbia – Nico Fidenco (1933/2022)

Il Mondo – Jimmy Fontana (1934/2013),

entre outras mais que não consigo lembrar.

Houve, óbvio, um momento em que Apo Ambrosi dedicou às canções autorais.

Também piu bellas.

Duas me tocaram mais profundamente.

Uma que fez com o craque Paolo Rossi (1956/2020), algoz da seleção brasileira na Copa de 82. Fala do sonho de um bambino em ser jogador de futebol.

E outra em que narra a bênção de uma segunda chance de viver após ter passado por um transplante de fígado. (Apo Ambrosi coordena uma instituição na Itália em defesa dessa causa).

Enfim…

A turminha saiu bem animada ao som de ‘Volare’.

Estavam felizes.

Foi um belo espetáculo.

1 Response
  • Vanderley
    23, maio, 2024

    Italiano vero. Muito bom.

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