Há dias que você não consegue escrever um nadica de nada.
As ideias não casam. Embrulham-se, confundem.
Os assuntos se lhe escapam pelo vão dos dedos.
Pensa em um bom tema, qual?
No instante seguinte já engatilha outro. Que também se esvai como o sopro e as ilusões.
Digita uma frase qualquer em busca de uma inspiração que não vem.
Logo se vê, intuitivamente, apagando as letras uma a uma enquanto abre, aleatoriamente, um portal qualquer em busca do assunto do dia.
Olimpíadas, olimpíadas, olimpíadas…
(O Rio de Janeiro continua lindo. O deputado Eduardo Cunha continua solto.)
Impeachment, também.
(Estamos sempre atrás de uma cabeça para cortar. Assim, acreditamos (acreditamos?) que todos os problemas estão solucionados.)
Tragédias mil, de norte a sul do Brasil.
E no mundo também.
(Qual a novidade!)
II.
Ufa!, para dar um conforto à alma e aos olhos, encontro a notícia (e a foto) de que Juliana Paes fará o personagem Dona Flor em uma minissérie global.
Juliana, que já foi Gabriela, revive meritosamente os passos de Sônia Braga, a musa sensual da minha geração.
Quem sabe não venha por aí uma refilmagem de A Dama do Lotação, quem sabe?
Olaiá…
Que cronista babão, estou a me sair!
Sou um senhor de idade provecta. Inspiro um incerto respeito. Não fica nada bem para o meu currículo lates enveredar por esse tipo de conversa com meus prezados e amáveis cinco ou seis leitores.
Parece que estou ouvindo Dona Yolanda, minha saudosa mãe:
“Quando não se tem nada de útil a dizer, melhor ficar calado”.
III.
Mas, e o meu compromisso diário de escrever um post?
Se dou uma cabulada na crônica de hoje, amanhã invento outra desculpinha barata para nada escrever.
Quem não me conhece que me compre.
Como estamos em tempos de crise e o cronista chinfrim não vale a migalha que o vento leva, melhor parar por aqui antes que vocês me mandem caçar Pokémon que é modinha agora.