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Nas areias de Jeri…

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Tudo os separava.

Mesmo assim, apaixonaram-se.

Veio o descontrole, como deve ocorrer em toda paixão que se preze e mereça levar esse nome.

Não conseguiam explicar o que verdadeiramente estava acontecendo. Nem para si próprio, nem para o outro – pois, naquele preciso momento em que a peixão se manifesta, nada mais, nem ninguém no mundo interessa aos que amam e são amados.

Só sabiam – e como sabiam! – que sentiam-se extraordinariamente felizes quando se encontravam. E absurdamente tristes quando se viam longe um do outro.

II.

Olaiá…

Quem já viveu essa cena sabe bem do que falo!

Não há ontem, nem amanhã. O mundo é pura fissura. Só se tem tempo para amar e amar e amar.

III.

Quem os via juntos logo entendia.

“Foram feitos um para o outro”.

Viviam na base do “só vou se você for. ”

Quando estavam a sós, quem os via não entendia o tamanho da tristeza.

“O que é que lhe aconteceu? ”

“O que você tem? ”

Como diz uma velha canção:

“Amor assim não acontece todo dia”.

IV.

O tempo passou, como só e acontecer.

Eu os perdi de vista. Mas, sempre torci por eles.

Soube por terceiros que a vida – essa longa e sinuosa estrada – os afastou.

Ninguém soube explicar o motivo.

Fiquei sinceramente triste.

“Puxa, que pena! Não devia ser assim”.

V.

E saiba, caro leitor, não é.

Em tempo de fake news, me passaram a versão do fato; não, o fato.

O fato é que continuam juntos, pés nas areias de Jericoacoara, onde tocam uma pousada e são conhecidos como o casal de gringos. Têm filhos lindos, bem encaminhados, hipongas e naturebas, como eles. Todos, felizes que só.

VI.

Ué, porque lhes conto isso.

Depois das lamentáveis patacoadas de ontem, no Congresso, me deu uma vontade incontrolável de lhes trazer aqui uma história com final feliz.

(A gente anda precisando de algum alento para tocar e seguir em frente, não?)

 

*Foto: Arquivo Pessoal

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