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Nestor e a corrida eleitoral – 1

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Há precisamente um ano meu amigo Nestor, que mora na Bélgica, me pediu notícias do Brasil.

Fiz uma carta aberta a ele – e, de quebra, publiquei aqui no Blog que não sou de fazer mistério do que penso junto àqueles que me são caros.

II.

Por que lhes digo isso?

Simples.

Nestor agora quer que eu disserte (quem sou eu, primo?) a respeito da corrida presidencial no convulsivo ano que vivemos

A quantos anda? – ele me pergunta.

III.

Diz que leu a coluna de quarta (o Nestor é meu contemporâneo; portanto, do tempo em que jornalista escrevia em jornal e alguns assinavam o que chamavam de ‘coluna’) e achou que “ficou inconclusiva” para quem, como ele, está distante do País.

“Você lamentou a ausência do ex-ministro Joaquim Barbosa, mas não votaria nele. O que ele traria de novidade? ” – indagou.

Em outro ponto, o amigo quis saber se está “fechado” que Lula será impedido de ser candidato e se continuará preso por muito tempo?

IV.

Vou começar respondendo pela segunda parte, é mais rápido.

Não há nada “fechado”. Nem quanto à candidatura, menos ainda quanto a libertação do ex-presidente. Mas, a cada dia que passa, fica claro que a trama urdida nos bastidores do Sistemão (que sempre mandou no Brasil) segue, passo a passo, como seus mentores engendraram – e se torna, a cada dia, mais remota qualquer mudança de rumo.

A coisa toda foi muito bem amarrada.

E, insisto, me parece não tem volta…

V.

Neste contexto, a ala das esquerdas vê o PT, além do desgaste natural desses últimos anos, sem um candidato de expressivo renome popular. Haddad, Jaques Wagner… São conjecturas, mais do que propriamente uma realidade fadada ao sucesso nas urnas. Restaram Boulos (Psol) e Manuela (PC do B) como nomes de maior destaque. Flertam com apoio do eleitorado que se mantém fiel aos valores socialistas, mas se desencantou com o PT. Esses não têm espaço na mídia tradicional, nem no chamado horário eleitoral gratuito.

Será difícil para ambos ultrapassar a casa dos dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto.

Quem sabe uma futura (e provável) aliança? Mesmo assim, seriam os azarões na disputa.

VI.

Quanto à primeira pergunta, deixo para dissertar (ui!) no post de amanhã. Que hoje já escrevi demais…

Amanhã, ok?

*foto: Visita dos filhos do ex-presidente À Vigília Lula Livre, em Curitiba, onde receberam uma colcha que faz referência à resistência, costurada por 50 professores/Ricardo Stuckert 

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