Não era apenas um homem
que ali estava. No vão da escada.
No vão da escada, abraçava o paletó
ao fim do show de Chico Buarque,
em São Paulo – tem um quase ano isso…
Virou post que o amável leitor
pode apreciar na data de 13.10.2006.
Por que retorno ao tema?
Simples.
Só hoje a moça que o viu,
sozinho, por ali naquela noite fria,
resolveu escrever sobre…
O texto lindo mostro aqui,
dia desses, se ela deixar.
Mas, como lhes disse lá
em cima e retomo agora:
Não era apenas um homem
que ali estava. No vão da escada.
Era sim a soma de suas histórias
e das histórias que lhe traziam
as inspiradas canções do Poeta.
Versos novos.
Versos antigos.
Versos sempre versos
a desvendar os mistérios,
a revelar o que lhe ia por dentro,
a salvar a pele, lavar a alma.
A declarar peremptoriamente
que sonhos sonhos são.
Não morrem.
Não envelhecem.
Renascem por força
e obra de uma rima.
Do acaso, de uma cisma…
— Por acaso o moço lá sabe de mim?
E deixou-se levar pelos acordes.
Viu-se como um herói e
o seu cavalo só falava inglês…
— Será que o Poeta canta por mim?
Sentiu-se honrado por ser assim
e por entender que outro jeito não há.
Se, ainda convalescia de um triste fim,
o show lhe dera um belo toque. Ali, no
vão da escada, entendeu: nascera com
a sina do eternamente recomeçar.
Como as canções.
Igualzinho aos sonhos…