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Notícias da Copa

Minha amiga que mora nos Estados Unidos me pergunta:

Como andam as coisas por aí?

“Por aí” que ela diz é por aqui nesse Brasilzão de meu Deus.

Diz que as raras notícias da Copa do Mundo que chegam por lá vêm recheadas de informações atemorizantes.

O País está em chamas, ela pergunta.

E pergunta:

– Não haverá Copa?

Take easy, my friend. Take easy.

Teremos Copa, sim. Basta a bola rolar pro verde-e-amarelo se esparramar.

Há três dias do Mundial, a mídia só fala no Mundial. Seja nas campanhas publicitárias, seja no noticiário geral, seja na adensada programação esportiva.

Queiram ou não alguns, aqui é o País do Futebol.

II.

Ela diz que adora o meu olhar otimista.

Eu lhe respondo que não. Sou realista, minha cara.

Nunca imaginei que seríamos capazes de repetir aqui a eficiência dos alemães na organização do evento.

Mas, nunca duvidei de que faríamos um bom papel.

Temos lá o nosso jeito de fazer as coisas. O carnaval do Rio, de Salvador, as festas religiosas e outras grandes manifestações culturais.

Não sai lá as mil maravilhas. Mas, ninguém deixa de repetir a dose no ano seguinte porque passou um perrengue na porta do hotel, enfrentou um arrastão na praia, perdeu o voo por causa de um grande congestionamento ou imprevistos/previstos desse gênero.

Estamos no Brasil, gente.

Se os caras quisessem tudo nos conformes, que fizessem a Copa na Suiça!

III.

Claro que lamento os desvios de verbas públicas, os esquemas, os arranjos, as trampolinagens, os desmandos que aconteceram ao longo desses quase sete anos de organização.

Não queria que fosse assim.

Quando houve o anúncio da Copa no Brasil, discordei.

Achei que tínhamos outras prioridades como Nação.

Mas, fui um dos tais que pregou no deserto.

Hoje, a Copa é uma realidade.

IV.

Haverá protestos.

Uns com legitimidade; outros, nem tantos. Aproveitam a oportunidade para
levantar usas bandeiras.

É da democracia.

Não acredito que teremos manifestações de massa como as de junho passado.

Não vejo a turma mobilizada para tanto.

Há uma descrença geral com as instituições – e isso me preocupa. Mas, existiria de qualquer forma, com ou sem Copa.

V.

Estamos em ano eleitoral – e que ano! Todos querem tirar uma casquinha para
garantir uns votinhos.

Mas, não é tão simples assim.

Cabe uma historinha rápida?

VI.

Lá vai…

Na Copa de 90, um amigo pré-candidato a deputado saía para visitas eleitorais durante os jogos do Brasil. Quando a seleção vencia, a festa era tanta que mal se davam conta da sua presença.

Quando o Brasil enfrentou a Argentina, foi pior. Perdeu os votos de todos que estavam nos lugares por onde passou. Foi chamado de pé-frio na lata quando os argentinos fizeram o gol que resultou na nossa desclassificação. Saiu dali, esperançoso, “o Brasil vai virar”, pensou. Não virou – e aí o saudaram: “baita asa negra”.

Ninguém sequer mexeu nos ‘santinhos’ que levou: “dá azar”.

Acabou a noite numa churrascaria de beira de estrada.

Não viu o final do jogo – e desistiu da candidatura.

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