Tenho especial carinho por Cuba.
Lá estive anos atrás e, desde então, cultivo o desejo (sempre adiado) de lá voltar.
Aliás, quem quiser saber mais dessas minhas andanças por Havana, Valadero e arredores pode acessar o arquivo deste Blog em outubro de 2011 e procurar pelo título “Brevíssimas em Cuba”. Há seis posts sobre a Ilha e todo o meu encantamento com as pessoas que lá conheci e também com tudo o que vi e vivi.
Foram dias, diria, inesquecíveis para este humilde escriba.
Pois então…
Estávamos conversando – eu e alguns amigos – sobre a reabertura da embaixada dos Estados Unidos em Havana que será amanhã com a presença do secretário de Estado, John Kerry (anunciado como “a mais alta autoridade americana a visitar a Ilha após quase sessenta anos de litígio”) quando um dos meus interlocutores soltou a provocação:
– O cara, não é você que gosta tanto de Cuba? Então, meu, corre lá, antes que acabe.
Vou lhes confessar…
Não gostei do tom da brincadeira, mas sinceramente ando um tanto temeroso com essa aproximação. Apesar de entendê-la como necessária, e mais do que urgente.
Torço para que não seja predatória, invasiva.
O povo cubano sofreu além da conta com o embargo econômico e político que o governo americano lhe impôs a partir da Guerra Fria.
Essa é uma história intrincada, que todos sabemos, com erros e acertos, valorosos acertos no âmbito social, diga-se, que não se deve esquecer. Também não se pode transformá-la em obstáculos para os novos tempos que se anunciam.
Há que se entender a amplitude do desafio.
Valho-me das palavras do poeta e blogueiro Richard Blanco para dar rumo e amparo aos próximos passos.
“Varadero é a praia mais linda do mundo. Um passeio no meio da noite por Havana Velha, irresistível. Há a Fábrica de Artes, uma mistura de galerias de arte, espaço teatrais, bares e lojas de artesanatos. No entanto, a verdadeira beleza de Cuba é a sua gente.”
Sábias palavras…