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O Astro – último capítulo

Vamos lá…

Não sou noveleiro mor, mas por ter convivido por longos e longos anos com o saudoso Ismael Fernandes, pioneiro no estudo e na pesquisa sobre o assunto e autor dos quatro volumes do livro Memória da Telenovela Brasileira, acho que posso dar os meus pitacos sobre o último capítulo de O Astro.

Poderia ser melhor.

Pecou pela falta de um bom alinhavo em vários momentos.

Passou a sensação que os autores estavam cansados da lida – e estavam com pressa para se livrar do trampo.

Foi um vamoquevamo, um salve-se quem puder: a perseguição do Samir, a morte do Neco até a festa da reabertura da Cosmo, entre outras derrapadas.

Foi risível a solução para a fuga de Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) que se transformou em pássaro e escafedeu-se céu afora.

Menos, rapazes, menos…

Não satisfeitos os autores o levaram para uma republiqueta do Caribe, como mentor do ditador da vez.

Trata-se do mesmo final da versão de Janete Clair.

O Bruxo de então (Francisco Cuoco) despedia-se do público, dando toda a pinta de que continuava o mesmo enrolador de sempre.

Ficou de bom tamanho.

Na reedição, os autores preferiram que ele levasse uma rajada de tiros de metralhadora em uma ação de um grupo de revoltosos bem aos olhos da amada Amanda (Carolina Ferraz) para depois ressuscita-lo na cena final.

Tipo pegadinha, entenderam?

Quanto à questão que parou o País na versão de 1978 (quem matou Salomão Hayala) permaneceu esquecida durante boa parte desta leitura. Reapareceu no capítulo de ontem – e, devo reconhecer, surpreendeu os incautos telespectadores.

Foi um assassinato, digamos, grupal.

O mordomo envenenou, um dos irmãos deu a coronhada a mando da esposa e a Clô o empurrou pela janela.

Não deu para entender se um estava mancomunado com o outro.

Mas, a viúva (Regina Duarte) levou a culpa.

O horário das onze da noite para novelas ágeis, curtas, pode ser uma boa.

Mas, como diria Odorico Paraguassu, não se pode relaxar na hora dos finalmentes.

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