Respondo a Marília, estudante de jornalismo que faz uma pesquisa sobre blog e jornalismo para o seu Trabalho de Conclusão de Curso. Aproveito e faço uma adaptação das respostas para o meu post de hoje. Pode ser interessante…
Marília, em setembro meu blog completa três anos no meu site e, há ano e quatro meses, também o reproduzo no UOL, entre os convidados. Costumo postar diariamente. Mas, de quando em quando, me dou uns dias de férias. Mesmo assim, já são mais de 900 textos.
O blog é uma sequencia do colunista que fui durante mais de 20 anos em jornal. Via de regra, tento alinhavar temas da vida cotidiana. Mas, gosto de falar de comportamento, futebol, música popular (fui repórter na área), dou uns pitacos políticos, por aí…
Gosto de contar causos, tento resgatar o espaço dos cronistas cada vez mais raros na Imprensa brasileira. Plínio Marcos, Diaféria, Drewnick, Fernando Sabino, o grande Rubem Braga, Carlos Heitor Cony, Veríssimo são minhas referências. Aliás, a crônica é o único espaço em que se permite a emoção nos jornais/noticiosos de hoje.
Ou seja, é um resgate do repórter vira-lata que fui, do cronista que imagino ser. Trabalhei 28 anos em jornal. Vim para a Universidade, passei a colaborar esporadicamente para revistas científicas, uma ou outra publicação – enfim, sentia falta do exercício diário do texto.
Vejo o blog como um universo desconhecido a ser explorado. Uma área difusa entre a comunicação interpessoal e a comunicação pública. Jornalístico, e não-jornalístico. Um grande balaio. Cabe tudo: divagações, reflexões, opinião, informação, curiosidade…
Um espaço de liberdade.
Como tudo na vida, há aspectos positivos e outros questionáveis. Há diversos gêneros de blog.
Nem todos exigem uma postura jornalística.
Valho-me para tocar o blog do ensinamento do jornalista Cláudio Abramo:
“A ética dos jornais, é a ética das ruas.”
Enfim…
Conto histórias.
Um naco da realidade que registro no meu enfileirar de letrinhas.