Tenho falado muito sobre jornalismo.
Ontem desfiei uma pensata sobre o mensalão.
De permeio, em dias recentes, ainda postei sobre livros, efemérides, futebol e personalidades que se foram.
Uma de meus cinco ou seis fiéis leitores não se conforma e, via email, faz a cobrança.
— Você poderia contar histórias de amor todos os dias. É o que mais gosto.
Bem que eu gostaria, minha cara.
Mas, não as tenho em profusão, nem as invento assim do nada.
Ando inclusive com a impressão de que as tais andam escasseando vida afora.
Tomara esteja enganado…
Mas, repare que, sempre que queremos ouvir algo mais romântico, mais tocante, somos obrigados a recorrer às belas canções do passado.
Aliás, recentemente, uma jovem jornalista comunicou aos colegas de imprensa o seu retorno à lida depois de afastada, por um período, em razão da licença maternidade. Para comprovar o motivo de sua ausência, anexou ao email uma foto da filha recém-nascida.
Instantaneamente, ao ver aquele lindo rostinho, procurei na memória uma canção que lhe desse boas vindas.
Lá do mais antigos dos anos, veio a lembrança dos versos do eterno Taiguara:
“Que as crianças cantem livres sobre os muros
E ensine o sonho ao que não soube amar sem dor.
Que o passado abra os presentes do futuro
Que não dormiu e preparou… o amanhecer.”
Por outra, também não sei lhes dizer – acho até que já tentei em vezes anteriores – como nascem os posts diários.
Querem um exemplo.
Ontem me emocionei com um comentário postado pela leitora Ana Risa sobre um post que escrevi em 2008 sobre a morte de Márcio Costa, o primeiro ator que protagonizou O Menino da Porteira, ao lado de Sérgio Reis.
Peguei a informação de um jornal do bairro do Ipiranga, em junho de 2004.
Era apenas uma nota, nem foto havia.
Só fui escrever o texto sobre o ator em 2008 quando, com toda a pompa e circunstância, jornais, rádios e TVs anunciavam a releitura da singela narrativa, com o cantor Daniel.
Quis fazer uma modesta e tardia homenagem ao ator esquecido por todos.
Diz a gentil leitora:
“Por curiosidade vasculhei a net para saber que fim havia levado esse menino, e encontrei só a sua reportagem”.
foto: Camila Bevilacqua