V.
Não me tenham por demagógico na avaliação que fiz ao terminar o post/crônica de ontem.
Explico:
O repórter que fui (e contínuo sendo e, penso, sempre serei) tem se sobreposto em textos recentes ao cronista que gosto de imaginar ser. Este, o cronista, é mais viajandão e adora cometer suas literatices.
A única justificativa que tenho e lhes dou (a ele e a vocês) é que o dia a dia nos dá o tema para o post e as divagações que dele resultam.
Não controlamos – ou melhor, ao menos eu não controlo a necessidade de escrever sobre algo que me aconteceu, que vi, que observei, que me balançou e pretendo repartir com o leitorado.
VI.
Sei que nas redações não é assim. Somos refém da pauta do dia, mas aqui, no nosso playground, vale o impulso.
É, mais ou menos, como me dizem os alunos:
“Professor, na balada, o que vale é o momento, é a pegada”.
Como não sou baladeiro, me viro como posso por aqui.
Se é que me entendem?
VII.
De qualquer forma, fico feliz que essas figuras enigmáticas (os personagens) tenham despertado o interesse do amigo e de alguns de vocês que, mexe e vira, me perguntam por eles.
Sou obrigado a confessar, no entanto: não sei o paradeiro das figuras.
São como aquelas pessoas queridas que passam pela nossa vida em determinados momentos, depois a própria vida cuida de afastá-las por essa ou aquela razão.
Acontece com cada um de nós.
Acontece por aqui, no Blog, também.
VIII.
Para que ele e vocês não fiquem inteiramente no vazio, reparto o pouco que sei de cada um dos personagens.
Começo pelo amigo Escova. Foi para interior, para a sua palhoça na região de Pederneiras, quando a coisa política começou a degringolar. Estava desenxabido que só com tudo que via acontecer. Mandou uma ou outra mensagem, esta e aquela observação aos meus posts, mas depois se calou.
Nada disse sobre as razões do exílio voluntário. Também não serei eu a lhe perguntar.
Em outros tempos, diria que se enroscou a algum rabo de saia. Hoje, creio, essa possibilidade é zero.
IX.
Quanto aos demais, notícias esparsas.
Soube vagamente que o Doutor Nicola andava por Paris e que a Garota dos Cabelos Vermelhos (que já não é tão garota assim) anda batalhando uma vaga nas redações da vida como repórter e fotógrafa, e agora atende pelo nome de Amanda.
O Dinoel e a Dagmar não se acertaram mais.
Desconfio, porém, que seguem procurando em outros o lindo e convulsivo amor que ambos viveram – e que o Blog retratou com exclusividade.
Quanto ao Homem de Lata, meu caro, este é mais fácil de achar. Mesmo que não apareça por aqui, procure dentro de você, pois ele existe mesmo – se assim quisermos – no interior de cada um de nós.
X.
Também tenho saudade dessa minha turma de malucos-belezas.
Torço para que um dia reapareçam.
Termino agradecendo o interesse e a atenção do caro leitor que me escreveu e de todos vocês, aí, do outro lado da tela.
Continuem por aqui, por favor.
E me queiram bem que não custa nada.