Anotações para avaliação do trabalho de conclusão de curso, Filhos da Revolução: O Rock Nacional dos Anos 80, documentário de TV, assinado pelos formandos Alessa Chaur, Aline Chaves, Aline Nascimento, Felipe Duarte, Ivan Carlos A. Ferreira e Talita Marloni. Todos estudantes de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo.
*Sou simpático ao assunto até pela minha história como jornalista. Entre 1976 e início dos anos 90 trabalhei como repórter e crítico na área de música popular brasileira.
*Até por isso acho relevante que as novas gerações investiguem e pesquisem – criticamente – este e outros momentos decisivos da cultural nacional.
*É bom que saibam que a explosão do rock tupiniquim não aconteceu do nada. Veio no bojo de pequenas grandes fusões processadas ao longo dos anos 70 quando a chamada MPB apropriou-se de ingredientes roqueiros para aproximar o gênero das novas gerações. O cordel eletrônico de Alceu Valença e Zé Ramalho, a guitarra de Pepeu Gomes, o desajuste festivo dos Novos Baianos, o pop discursivo de Belchior e Ednardo (aquele do Pavão Misteryoso), o experimentalismo de Walter “Cabeça” Franco, sem falar em Mutantes, Rita Lee e Raulzito, roqueiros por excelência e vocação.
* Alguns ícones dos anos 60, como Caetano, Gil e Benjor, deram contribuição valiosa para o fim de todo e qualquer preconceito. Foi neste período que Benjor trocou o violão pela guitarra. Que Caetano pediu que o deixassem dançar no elepê Bicho, ao cantar a doce Odara. Que Gil sacramentou, no disco Realce, quanto mais purpurina melhor.
*Desse caldeirão incandescente, surgiu o rock dos anos 80, fazendo a cabeça do meninada e das novas bandas que não precisavam mais lutar pela redemocratização do País.
*No meu modesto entender, o gênero só teve a expressividade que teve – e tem – se não fosse o auxílio luxuoso do compositor, jornalista e produtor musical, Nelson Motta, o idealizador da chamada música pra pular brasileira e grande agitador cultural naqueles frenéticos dancing days.