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O centenário de Gonzagão

Mesmo agora – em julho – continuam por todo o Brasil as comemorações pelo centenário de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

Não poderia ser diferente.

A diversidade musical do Brasil de hoje começou, lá nos idos de 40 e 50, no fole e nas pontas dos dedos de Gonzagão.

Antes dele, nossa canção popular, a que se ouvia nas rádios, era a que nascia no eixo Rio/São Paulo e/ou a que recebia nítida influência de fora do País – sambas, sambas-canções, boleros, foxs, valsas, tangos etc.

Luiz Gonzaga quebrou o paradigma – e incluiu o triângulo e a zabumba no mapa do Brasil musical.

Inventou o forró.

Quebrou tudo no sacolejar do xote, do xaxado e do baião.

Há quem divida a história da Música Popular Brasileira em antes e depois de João Gilberto, o dito “inventor da bossa nova”.

O conceito está correto quando se faz o registro dos últimos 50 anos da MPB.

Mas, deixo aqui uma provocação.

Existiria João, se lá nos antanhos, Gonzagão não consolidasse uma carreira de amplo sucesso e clássicos musicais que ainda hoje perduram, como “Asa Branca”, “Juazeiro”, “Qui Nem Jiló”, “Assum Preto”, entre outro?

Desconfio que não…

II.

Mais importante que reverenciarmos o passado, creio, é perceber o quanto a obra de Luiz Gonzaga ainda se faz presente na vida dos brasileiros e o tanto que ainda influencia nossos jovens artistas.

É tão marcante esse legado que uma escola, em Petrolina (Vivência Centro Educacional) acaba de publicar o “Minidicionário do Gonzagão”, com o registro de expressões típicas do Nordeste que o músico eternizou em discos e canções.

Tal obra consta do currículo do ensino fundamental.

Uma belíssima iniciativa, sem dúvida.

Não poderia haver melhor professor de Brasil para essa garotada…

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