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O cronista e os papas

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Foto: Basílica de São Pedro/Vatican News

Dei folga à turma do Blog por uns dias.

(Ou seja, eu e mais eu.)

Uma viagenzinha ao Interior do Estado de São Paulo e cousa e lousa e maripo(u)sa.

Bela desculpa que me dei para nada escrever por uns dias.

Pausa para reflexão?

Nem tanto, mestre, nem tanto, como diria o personagem do saudoso Chico Anysio.

Penso que, nesta altura deste longo torneio de verão que é a vida, posso me dar ao desfrute, em pleno outono, de nada escrever por uns dias.

Muito embora…

Muito embora, meus caros e amados leitores, eu fique o tempo todo a ruminar os fatos do mundo, as coisas da vida, o laraiá das pessoas ao meu redor como se fosse pauta e tema da minha próxima escrevinhação.

Mesmo sem querer, querendo, tento lhes dar um tom de crônica e misturo laivos de ficção e formato de uma narrativa qualquer.

Ou seja, não escrevo. Mas, mentalmente, escrevo.

Vá entender!

Houve um tempo em que eu andava, pra lá e pra cá, com um bloco de anotações e uma caneta para registrar que “as coisas estão no mundo só que eu preciso aprender”, como ensina o magistral samba de Paulinho da Viola, “Coisas do Mundo, Minha Nega”. (É o mais belo samba/crônica que eu conheço. Paulinho, gênio!).

Na boa, e sinceramente, não sei que sina é esta.

Nunca soube, não seria agora.

Ficar a batucar letrinhas no computador ou no celular. Um notável desafio para quem começou ao ritmo sacudido do toc-toc da máquina de escrever, a velha e rabugenta Olivetti, sempre a me provocar com a fita, teimosa, a enroscar entre os tipos e as engrenagens.

Escrever, escrever, escrever.

Para o bem ou para o mal, estou de volta.

Ainda triste e enternecido com o passamento do Papa Francisco.

Francisco era o contraponto ao egoísmo, beligerante e tacanho, que assola o mundo.

Tinha pouco mais do que sete anos (preparava-me para a primeira comunhão) quando morreu Pio XII. Lembro vagamente a tristeza das pessoas, especialmente as mulheres que, à época, cobriam-se com um véu rendado sobre a cabeça para irem à missa e comungarem. A mãe era muito religiosa. Acho que foi a primeira vez que ouvi falar que o Papa era o representante de Deus aqui na Terra.

Achei importante. Fiquei impressionado.

“Então, ele virou santo?” – perguntei.

Dona Yolanda não soube me responder.

“Talvez”, disse.

Depois vieram João XXIII (1958-1963), Paulo VI (1963-1978), João Paulo I (1978), João Paulo II (1978-2005), Bento XVI (2005-2013) e Francisco.

Não lembro outro Papa com tamanha disposição para bem seguir os ensinamentos de Cristo.

Tanto nos ensinou com seu exemplo: o apego à humildade, a pregação em nome da paz, a atenção aos humildes, a coragem no enfrentamento aos poderosos… enfim, o legado de solidariedade que nos deixou em nome de um mundo melhor.

Foi Francisco quem melhor vivificou a essência entre o divino e o humano a partir da mais emblemática das frases biblicas:

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.

Rezemos por Francisco, por quem vai sucedê-lo e… por nós.

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