Fotos: Arquivo Pessoal
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Que boa surpresa!
Ribeiro me escreve um e-mail.
Diz que foi meu aluno no curso de Jornalismo Cultural organizado pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.
As aulas eram de sábado de manhã.
Em seis semanas me coube falar sobre a história e a evolução da música popular brasileira, autores e intérpretes.
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Faz tempo isso.
Meados da primeira década do século.
Mas, Ribeiro lembra os detalhes.
Eu chegava, cara amassada de sono, com um pequeno equipamento de som e uma pilha de CDs que ilustravam nossa ‘viagem musical” de duas horas e pedrada.
“Foi bem legal”, diz ele.
E acrescenta que, após as aulas, ainda ficávamos ‘papeando’ sobre o tema.
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Aliás, foi numa dessas conversas que eu referendei Agnaldo Timóteo (1936/2021) como um dos grandes cantores da nossa música popular, um dos raros a preservar uma linhagem de intérpretes que se destacaram na chamada Era do Rádio (anos 40 e 50).
Timóteo apareceu em meados dos anos 60 em plena efervescência e domínio do pós bossa-nova, da MPB e da Jovem Guarda. Na fase do banquinho e o violão, da guitarra elétrica e do rock, do cantar mais sussurrado, sem aquele vozeirão potente e derramado. Na fase do compositor/cantor.
Talvez por isso – e um descarado preconceito étnico e social – não lhe davam o devido valor.
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Diz Ribeiro que, desde então, mesmo achando algo irregular o repertório, passou a olhar com mais respeito a trajetória do cantor.
Assim como ele, muita gente daquela turminha, desde então. passou a enxergar a música brasileira “de forma mais abrangente”.
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Amigo Ribeiro, bom ler você no zap. Confesso que lembro do curso – teve duas ou três versões -, mas não lembro propriamente dessa minha defesa ao mineiro Agnaldo Timóteo.
Reitero, no entanto, o que você disse que eu disse.
Timóteo era mesmo uma figuraça.
Polêmico. Fez carreira única – e nem sempre a priorizou devidamente. O que também contribuiu para alguns estigmas que lhe marcaram a caminhada.
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Não, não penso em retomar o curso que, concordo contigo, “ficaria mais atrativo na era do You Tube”.
Estou fora das salas de aula há uns cinco ou seis anos.
Não tenho mais a mesma vitalidade daqueles idos. Preparava a aula na madrugada de sexta para sábado. Saía de São Bernardo do Campo por volta das seis e meia para chegar a tempo no centro de São Paulo.
Era divertido.
Mas…
Convenhamos, não sei se haveria interesse da rapaziada que hoje se embala em outros tons e sons que este modesto escriba passa longe e quer distância.
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De toda forma, agradeço a lembrança.
Fiquei feliz em receber sua mensagem.
Apareça aqui no Blog sempre que quiser e puder. Vez ou outra escrevo sobre música popular – é um dos meus temas preferidos.
Quem sabe não arranjamos outro debate?
Abraçaço.
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*A seguir, compartilho o vídeo que recebi do amigo Almir Guimarães dia desses – e me emocionou profundamente. Reúne três notáveis da MPB de todos os tempos. Timóteo, Cauby e Ângela Maria. Dizem que coincidência não existe, mas creio que esse encontro bem ilustra nossa aula, ops… nosso papo de hoje.
O que você acha?