Não tive disposição para ver o debate dos presidenciáveis.
Preferi acompanhar a Inter e São Paulo – ora torcendo para um lado, ora torcendo para outro.
Óbvio que a rivalidade entre Palmeiras e São Paulo me empurrou para o lado colorado.
Mas, por outra, havia também o respeito pelo trabalho e pelo cidadão Ricardo Gomes – que, por fim, como todos já sabiam acabou defenestrado pela diretoria tricolor.
No ir-e-vir da redonda, sequer me dei conta que a emissora ao lado transmitia o primeiro encontro entre os que postulam o mais alto cargo da República a fim de gerenciar o destino da Nação por quatro, quiça, oito anos.
Houve época em que o País parou para ver tal embate.
Hoje, a coisa não é mais assim.
Desconfio que a fórmula, com o tempo e a repetição, se desgastou – aliás, como só e acontecer com tudo na vida e nos amores.
Há também o engessamento das regras que regulamentam o debate para que não descambe ao rés do chão e se transforme num impiedoso vale-tudo. As assessorias dos candidatos e os organizadores do tal evento levam meses para o acerto que, por fim, robotiza as discussões.
Neste contexto, o espectador acaba por perder o fio da meada das explicações, tantas são as carreadas de números, índices e promessas que nos impingem os candidatos.
Candidatos que, a bem da verdade, quando se instalam por trás do púlpito eletrônico transfiguram-se em personagens de si próprios, tamanho o artificialismo que exala de suas declarações.
Em meio à falação sem fim, as réplicas e tréplicas, nós, o zé- povinho, perdemos a clareza e o interesse no dito e anunciado painel democrático que, por fim, vira apenas e simplesmente um programa de TV. Dos mais chatinhos, diga-se.
Vai daí que acontece o inevitável: desistimos…
** Pré-lançamento do livro
MEUS CAROS AMIGOS –
Crônicas sobre jornalistas,
boêmios e paixões (foto)
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