Foto: Arquivo Pessoal
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Há dias que são assim…
… próprios para retomarmos a conversa de ontem.
Deu pano pra manga o post
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A Shirlei diz que não tem mais assinatura de jornais, pois os filhos não deixam:
– Está tudo na internet, mãe!
A Vera diz que há anos lê a versão digital do Estadão:
– Por indicação de um grande amigo.
O vereador Almir Guimarães garante que, tenha o tamanho que tiver, o Estadão nunca perderá a grandeza:
– A Imprensa livre é o símbolo de uma nação.
O Escova faz toda uma análise da imprensa europeia que, diz ele, ‘permanece intacta’.
– O tipo de negócio do baronato da Imprensa brasileira sempre foi copiado dos Estados Unidos. Daí vem a crise.
O Pompeu bate o martelo da objetividade:
– O mundo é digital, Rudi!
O jornalista e professor Jorge Tarquini gostou “tanto da decisão quanto da mudança”.
E acrescenta no rigor dos novos tempos:
“O peso da receita dos jornais impressos não é mais o mesmo. As empresas já criaram novos modelos de negócios, não baseados em venda de exemplares e publicidade. O Estadão criou três negócios voltados para criação de conteúdo branded: Media Lab Estadão, Lab Persona e o Blue Lab e tem investido na Agência e no Broadcast – e tem ganhado muito com summits e organização de eventos setoriais. A Folha fez a festa com o PagSeguro, que arrecadou US$ 9 bi no IPO na bolsa de NY.”
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Uma lembrança.
Anos 70, curso de jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da USP.
Nas aulas de Fundamentos Científicos da Comunicação, o professor chileno José Vilcher rabisca a giz colorido toda a enorme lousa para demonstrar que, na vida, tudo tem um ciclo.
Nasce, cresce e depois…
Inclusive, os jornais.
Nós, os alunos, olhamos embasbacados para ele, para nós mesmos e nossas convicções.
Du_vi_de_o_dó que títulos seculares como o Diário Popular, o Diário de S.Paulo, o Jornal do Brasil, o Globo, a Folha, entre outros vão desaparecer um dia.
Não faz qualquer sentido.
Não, naquele momento.
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Anos 90, nas aulas do mestrado em Comunicação, o professor Jacques Marie Joseph Vigneron arrasta o sotaque francês, mas é taxativo:
– Dou 20 anos de sobrevida aos jornais impressos. Eles consagram a notícia de ontem. A sociedade, cada vez mais, vai se habituar à informação em tempo real.
E nos provoca:
– Lembram aquele slogan? Aconteceu virou notícia. Então, nunca será tão verdadeiro.
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Faço umas contas nos dedos das mãos.
Meados dos anos 90 para 2021. Dou a devida margem de erro, como nas pesquisas eleitoras. Dois anos pra cima, dois pra baixo – e concluo:
O francês sabia das coisas.
Era um profeta.
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O que você acha?