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O jornalismo, o NP e a Fórmula 1

“O telejornalismo brasileiro é muito careta.”

A frase é do jornalista e apresentador do BBB, Pedro Bial, em entrevista realizada tempos atrás – um, dois anos, se tanto.

Volto da habitual visita das manhãs de domingo à bancade jornais, com a mesma impressão.

O jornalismo brasileiro anda muito quadradinho, fincado e ancorado no politicamente correto.

Sei que é bem mais fácil ser comentarista da obra pronta do que enfrentar o cotidiano de “fechamento” de uma revista ou de um jornal.

É nessa hora que o bicho pega – e quem é é; quem não é, cabelo voa…

II.

Não sei se me entenderam. Ou mesmo se concordam comigo meus caros e raros cinco ou seis fiéis leitores.

No fundo, me bateu uma enorme saudade do grande Notícias Populares – jornal que faz parte da história da imprensa brasileira, com seus baixos e altos; mas que dava um tempero especial e fugia do óbvio das coberturas tradicionais.

Inesquecível a manchete do NP no dia seguinte à derrota do Brasil para França, na final da Copa do Mundo de 1998:

O PENTA
QUE
PARTIU

III.

Inesquecível também a cobertura que o jornal fez para um dos primeiros GP do Brasil, realizado em Interlagos.

Foi ali pelos anos 80.

Desconfio que o André Barsinski era um dos editores.

Ele convidou o João Gordo para ser o repórter especial.

Fez apenas uma ressalva: ele não everia entender nada do tal circo da F1.

“Odeio Fórmula 1”, foi a resposta que ouviu.

IV.

Naquela semana que antecedeu a corrida, os leitores do NP foram agraciados com reportagens divertidas, outras cabeludas que fugiam ao trivial insosso do resultados dos treinos, a classificação do gread e eterna profissão de fé dos pilotos brasileiros sobre uma eventual vitória em casa “onde tudo começou”.

Uma das matérias informou aos distintos leitores como eles poderiam assistir ao GP de graça. As cercanias do autódromo ofereciam série de opções – um rombo no muro, uma ponte mais ou menos distante, uma tubulação esquecida etc.

No dia da prova, os repórteres foram constatar se a reportagem deu resultado.

Encontraram os locais com lotação esgotada. Até um outro arremedo de ‘cambista’ se dispunha a orientar a entrada dos ‘penetras’.

Ou seja, sucesso total.

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