Alguém aí encontrou um livro do Luiz Fernando Veríssimo, Os Últimos Quartetos de Beethoven?
Isso mesmo tem capa vermelha e alguns contos inesquecíveis.
Ah! Tem também uma dedicatória para uma moça chamada Tânia, dessas (a dedicatória, não a moça) que o autor faz em concorridas noites de autógrafo. Dois ou três rabiscos ilegíveis e um arremedo de assinatura embaixo.
Não, não me chamo Tânia, nem sei onde anda a moça – o que, permita-me dizer, lamento. Acho o nome bonito e imagino que a moça o seja também. É a sensação que tenho.
Comprei o livro em um sebo, perto de casa.
Se gosto das crônicas do Veríssimo?
Que pergunta!
Claro que sim.
Sou fanzaço do gênero e do autor.
Só que este livro vai além: reúne alguns contos que não foram publicados em jornal. O que dá título ao livro é um deles, magnífico.
Diria que retrata as angústias e os devaneios de todo uma geração. Eu a chamaria de a setentista. Não, a moça ainda não; já disse não sei onde anda a Tânia. Falo da geração dos anos 70, a dos hippies, a que lutou pelo fim da guerra do Vietnã (fez quarenta anos dias atrás), a que se pretendia ser transcendental (aí talvez a moça e a geração se igualem).
No Brasil, lutávamos pela redemocratização do País e sonhávamos com dias melhores, uma sociedade mais justa.
II.
Eu e minhas digressões existenciais.
Voltemos ao motivo do post.
Alguém viu o meu livro por aí?
Não sei se esqueci na mesa da Kopenhagen no aeroporto Santos Dumont (onde parei para tomar um café e fazer hora até embarcar de volta a São Paulo) ou se caiu da mochila no avião, sem que eu percebesse (quando fui guardar o bolo sem graça que ganhei da graciosa aeromoça) ou se perdi no táxi que me trouxe do aeroporto até em casa.
Sei lá que fim levou o meu exemplar.
Só sei que sumiu.
E eu fiquei órfão das últimas histórias que não cheguei a ler.
Oi?
Por que não compro um livro novo?
Já pensei nisso. Mas, e o autógrafo do Veríssimo como consigo? E, mais difícil ainda, onde encontro a tal moça chamada Tânia?