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O marqueteiro (5)

Como peça publicitária, aqueles arremedos de cartazes só seriam premiados na categoria “Hediondos”. Mas, deram um resultado danado, especialmente no partido.

Pelo rebuliço que causaram ao colorir e assustar a cidade, até os próceres do MDB reconheciam que o moço da Vila das Mercês (o Almir era um dos diretores da Sociedade de Amigos local) vinha forte para a vereança. Sua campanha – mesmo sem respeitar lá os requintes estéticos – vinha forte, com pegada e “causando”.

(Imaginem o que os adversários pegos de surpresa diziam dos tais…)

A partir dessa contestação não faltaram candidatos a deputados a querer “bater chapa” com Almir. Mesmo o próprio MDB começou a distingui-lo como um “puxador de votos” que bem merecia um tratamento especial.

Acreditem! Até o então candidato ao Governo do Estado, Franco Montoro, e um dos pleiteantes ao Senado, Almino Afonso, visitaram o bairro do Ipiranga, lado a lado, com o vereador Almir Guimarães.

Todos sorridentes e em uma campanha que, diga-se, se tornou histórica.

De posse de tantos e solertes “apoiamentos”, Nasci partiu para a segunda fase da campanha. Desativou a valorosa oficina de silk screen e projetou novos cartazes a serem rodados na melhor gráfica da região. O destaque era para a foto, o número e o nome do vereador Almir Guimarães, sempre presente. Mas, havia também um lugar onde se apertavam números e nomes dos candidatos a deputado estadual, deputado federal, senador e governador.

Eles e/ou o partido que bancaram o novo visual da campanha.

Todos se deram bem. Almir foi o mais votado vereador da região do Grande Ipiranga, além de alavancar a votação de todos eles. Teve 82 mil votos – um dos candidatos a vereador mais votado em São Paulo.

Nasci agradecia indiferente quando o cumprimentavam pelos resultados da campanha e pela idéia genial daqueles cartazes mambembes que inundaram a cidade quando a campanha de todos sequer havia saído às ruas.

Modesto, ele dizia simplesmente:

— Foi ideia do meu filho, o Júnior.

No fundo, no fundo, o Nasci, primeiro e único marqueteiro que conheci, era genial até quando se fazia de tímido…

** FOTO NO BLOG: Bratislava/arquivo pessoal

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