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O meninos tremeram. Quem não tremeria?

Caros,

Há que se desculpar hoje minha ausência de ontem.

Achei frágil escrever o texto pela manhã, pois ficaria vencido – e sem propósito – a partir do resultado do jogo entre Brasil e Chile logo às 13 horas.

Pensei em escrever algo que resvalasse na Copa, e não tivesse a ver com o resultado em campo.

Mas o tal confronto das oitavas de final não me saía da mente.

Como contar uma história aleatória, sem falar das aflições que me reviravam o coração e alma?

Não fazia sentido.

Pobre de mim. Não sou assim tão criativo. Ademais, o pré-jogo me pareceu tenso, com uma cascata de elogios ao nosso adversário, ao técnico argentino do adversário e coisa e tal.

Minha opção foi escrever depois do jogo.

II.

Que jogo!

Ô joguinho sofrido para nós!!!

Pobre de espírito que sou, não pensei que chegasse a tanto.

Demorei algumas horas para cair a ficha do resultado final.

Resolvi me preparar melhor antes de sair escrevendo qualquer bobagem por aqui. Acompanhei os noticiários e as tais mesas-redondas que, reconheço, são um porre e meu vício.

Entendi menos ainda o que se deu em campo.

Pior: é nessa hora que jornalistas, boleiros aposentados, treinadores desempregados e congêneres aproveitam para externar suas simpatias e antipatias.

Querem por que querem fazer da versão que dão ao fato mais importante que o fato em si.

III.

Fico então com a minha impressão de leigo, de torcedor:

Não achei os chilenos tão melhor que os brasileiros.

Jogaram mais soltos, livres de qualquer responsabilidade – eram franco-atiradores.

Enquanto isso, nossos meninos tremeram, descontrolaram-se.

Travaram.

Quem não tremeria?

Eles, vitoriosos em suas carreiras solos, não se imaginam entrando para história como perdedores.

Carregam a expectativa de duzentos e tantos milhões de brasileiros.

Repito.

Quem não tremeria?

O fantasma do negro Barbosa, goleiro do Mundial de 50, parece apavorar pensamentos, atos e movimentos da rapaziada em campo.

À margem das quatro linhas, sinto um Felipão desorientado com a falta de resposta do time em campo, especialmente depois que, numa bobeira, tomou o gol chileno.

IV.

Por fim – e enfim passamos.

Que venha a Colômbia, o mais inebriante time da Copa até aqui.

Estou confiante.

Antes, porém, vou marcar uma consulta no cardiologista.

Como meus amáveis cinco ou seis amáveis leitores sabem, sou um senhor de idade provecta. Melhor me precaver…