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O muro da intolerância

Começa hoje o Brasileirão e, pasmem!, o assunto de todas as rodas, dos bares e dos becos não é o futebol, o time do coração, os palpites e prognósticos.

Comento este meu espanto com o amigo Poeta.

Ele me diz que também nas redes sociais o tema dos fervorosos teclares (olha que expressão interessante que, imagino, acabo de inventar) segue o mesmo sentido.

Discute-se o novo (ui! que baita mentira) momento político.

O brasileiro, finalmente, virou um animal participativo, integrado às causas públicas?

Está mais politizado?

Não creio.

Nem me entusiasmo com o tom das conversas ao vivo e/ou virtualizadas.

Não buscam o entendimento. Chegam a lugar algum.

Falam, teclam, mais do que leem e ouvem.

Como diria o Robertão (aquele que cassou a própria biografia das livrarias, lembram?):

“Todos estão surdos”.

Ademais, o leite já está derramado.

Cada qual quer trazer o mundo para “o seu consertar consertado”, como diz o personagem Riobaldo, de Guimarães Rosa.

No lugar da tal ponte, cancela ou mata-burro para o futuro que o homem deu a entender querer construir, temos mesmo o cada vez mais sólido muro da intolerância e do retrocesso a dividir os diversos ‘brasis’ que emergem (ou afundam) das discussões.

Enquanto isso, ó, a imprensa estrangeira cai de pau na gente. De nação emergente voltamos a ser uma imensa República das Bananas.

Também pudera!

Nada mais ostensivo e postiço do que ter José Serra, da turma dos derrotados, como ministro das Relações Exteriores…

Pensando bem, não tem acerto.

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