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O Papa e a Comunicação

O amigo Poeta me encaminhou o link com a recente entrevista do Papa Francisco ao jornal espanhol, El País. Recomendou que eu a lesse atentamente, pois muitos dos nossos temores, com relação ao mundo e as aflições que compartilhamos em nossas conversas, estavam ali “esclarecidos”.

Não sei se “esclarecidos” é o termo adequado, mas eram postos em discussão, digamos assim, com a clareza e o sentimento de quem trabalha por um munod melhor.

Repasso a indicação aos meus fiéis cinco ou seis leitores na certeza de que também compartilham da mesma apreensão.

Destaco uma das respostas do Papa porque fala do tema que nos é próximo – a mim e ao Poeta que hoje trabalhamos nessa área na Universidade -, mas que, na verdade, afeta a todos de forma ampla e irrestrita.

O Papa fala sobre a Comunicação a partir da pergunta que lhe fizeram sobre os motivos que o leva a não assistir à televisão:

“Eu não assisto televisão. Simplesmente senti que Deus me pediu isso, no dia 16 de julho de 1990; fiz essa promessa e não sinto falta. (…) Mas não ver televisão não me impede de me comunicar. Não assistir televisão foi uma escolha pessoal, nada mais. Mas a comunicação é divina. Deus se comunica. Deus comunicou-se conosco por meio da história. Deus não ficou isolado. É um Deus que se comunica, e falou conosco, nos acompanhou, nos desafiou e nos fez mudar de rumo, e continua a nos acompanhar. Não se pode compreender a teologia católica sem a comunicação de Deus. Deus não está estático lá e olha para ver como os homens se divertem ou como se destroem. Deus se envolveu, e o fez comunicando-se com a palavra e com sua carne. Ou seja, eu começo daí”.

(…)

“Tenho um pouco de medo quando os meios de comunicação não podem se expressar com a ética que lhes é própria. Por exemplo, existem maneiras de se comunicar que não ajudam, que atrapalham a unidade. Dou um exemplo simples. Uma família que está jantando e as pessoas não se falam, ou assistem televisão, ou as crianças estão com seus celulares enviando mensagens a outras pessoas que estão fora. Quando a comunicação perde o carnal, o humano, e se torna líquida, é perigosa. Que se comunique em família e que as pessoas se comuniquem, e também da outra maneira, é muito importante. O mundo virtual da comunicação é muito rico, mas você corre o risco se não vive uma comunicação humana, normal, de tocar! O concreto da comunicação é o que fará que o virtual da comunicação siga pelo bom caminho. Ou seja, o concreto é inegociável em tudo. Não somos anjos, somos pessoas concretas”.

(…)

“A comunicação é fundamental e deve seguir em frente. Há perigos como esse em todas as coisas. É preciso ajustá-los, mas a comunicação é divina. E há defeitos. Eu falei sobre os pecados da comunicação numa conferência na ADEPA, em Buenos Aires, a associação que reúne os editores da Argentina. Lá eu apontei os pecados da comunicação e disse a eles: não caiam nisso, porque o que os senhores têm em suas mãos é um grande tesouro. Hoje em dia comunicar é divino, sempre foi divino porque Deus se comunica, e é humano porque Deus se comunicou humanamente. (…) Porque a comunicação é essencial para a pessoa humana, porque também é essencial a Deus”.

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