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O porquê da pausa

Ocorre-me o impulso de deitar três ou quatro palavras neste espaço após dias de recolhido silêncio em razão de um oportuno estio que me ofereci. O motivo, o amigo leitor de tantos anos bem sabe, foi o semestre mais do que atribulado e inquietante e cansativo que atravessamos neste 2013 – ainda, para mim, enigmático.

Nada de empolgante tenho a lhe dizer, amigo, neste retorno.

Dei fim a um antigo projeto – o ebook “Das Coisas Simples, Sensatas e Sinceras”, meu quarto livro, que já está à venda na Amazon.com, mas ainda preparo o lançamento oficial -, acelerei algumas leituras que estavam em atraso, além de passar alguns dias em São José do Barreiro, pacata cidade aos pés da Serra da Bocaina, na divisa de São Paulo, Rio e Minas, onde tentei ficar distante dos noticiários, do computador, de celular e das aflições.

Ali, meu caro, fico à disposição das conversas com amigos (que quase não vejo na metrópole) e dos bancos da praça que, neste ano, vi enfeitar-se para as festas do Padroeiro da cidade, São José.

(Aliás, rabisquei parte dessas maltraçadas em meu bloco de anotações, enquanto via o entra-e-sain de devotos na matriz e funcionários da Prefeitura local espalhavam bandeirolas pelos postes de iluminação da praça central.)

O dia consagrado ao santo é 20 de março, todos sabemos.

Mas, na cidade, se reverencia a data em julho mesmo, em um fim de semana especialíssimo, para aproveitar as férias escolares – e assim atrair leva deturistas e os filhos da terra que têm a chance de dar as caras por ali, matar a boa saudade dos amigos e dos tempos idos e vividos.

Há um calendário de eventos religiosos – missas, novenas, procissão e vigílias – e outro de realizações, digamos, culturais com shows ao ar livre, bingos e barracas a sugerir uma comilança generalizada.

Coisa simples, mas bem divertida; diria mesmo, b em nos moldes das tradições brasileiras.

De hora em hora, durante o dia, ouve-se o repicar dos sinos e, em seguida, a voz imperativa do locutor a conclamar o povo para atentar-se às atrações do dia. Os altos-falantes estrategicamente fincados na torre da igreja nos trazem não só os recados, mas antigas canções em louvor ao Santo Cartpinteiro.

Depois, se recompõe o silêncio que tanto me conforta e distrai.

Sempre que vou pra lá vou a buscar um tantinho de paz. Desconfio ser a receita de tantos que lá se achegam. Arejar a cabeça, desconstruir planos e sonhos para tentar, inclusive, melhor entendê-los. Se valem ou não a luta. Se vale ou não continuar acreditando.

Preciso desta pausa…

*Pra quem escrever três ou quatro palavras, extrapolei… Era a saudade, perdoem-me. Esté é o post de número 1999.

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