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O presente

Foto: Divulgação/Fluminense

Comentei ontem por aqui que vou torcer para o Fluminense no jogaço de hoje no Maracanã. A finalíssima da Libertadores, em pleno Maracanã, frente ao Boca Juniors da Argentina.

Escrevi sobre o Fernando Diniz que conheci garoto jogando futsal na equipe da GM de São Caetano do Sul.

Mas, há outro motivo de cunho pessoal.

Uma lembrança que me ocorreu ainda nessa manhã.

Eu devia ter uns 5 ou 6 anos.

Era palmeirense desde então. Tinha uniforme e tudo.

Gostava quando me chamavam de Mazzolinha, referência a José Altafini Mazzola, ídolo do Palmeiras e da seleção brasileira.

Adorava ouvir a conversa do pai com os amigos – a italianada, como dizia minha mãe – que se reunia no Bar Astoria, na rua Lavapés, no Cambuci.

Era divertido vê-los jogar Patrão e Sotto, conversar aos berros e beber e beber e beber dúzias de cerveja. As garrafas vazias se empilhavam sobre o balcão de mármore para o posterior acerto de conta.

Nessas, também me dava bem. Ganhava uma generosa porção de balas Toffes (que grudavam no céu da boca) e garantia meu Guaraná Caçulinha

Que lembrança!

Normalmente, os italianos falavam da saudades da Velha Bota, uma ou outra vez de política (dividiam-se entre janistas e adhemaristas) – e quase sempre de futebol.

Palestrinos, óbvio, Um ou outro dissidente corintiano e sãopaulino.

A convivência era pacífica

Quase todos tinham um time no Rio de Janeiro.

Menos o pai.

O Velho Aldo achava uma bobagem.

“Time a gente só tem um.”

Hoje, desconfio, eu concorde com meus saudoso pai.

Tenho simpatia pelo Torino (na Itália), pelo Huracan (na Argentina) – e paro por aí. Mas, é um sentimento distante, sem maiores envolvimentos.

Circunstancialmente, posso me acarinhar por essa ou aquela equipe por questões outras.

Sem qualquer devoção, porém.

Mas, naquela época, eu achava bonito torcer para um time no Rio de Janeiro.

Estava em dúvida. Botafogo, Vasco ou América?

Foi por aqueles dias que o pai viajou para o Rio para assistir ao Grande Prêmio Brasil, a mais importante prova do turfe brasileiro.

A italianada foi em peso.

Eles adoravam fazer uma fézinha nos cavalinhos.

Se bem me lembro havia um cavalo de nome Gualicho que era o tal.

Escrevo de memória.

Acho que o Velho Aldo não se deu bem nas apostas.

Lembro apenas que, na manhã de segunda-feira, o pai me acordou.

Disse que me trouxe um presente do Rio.

Uma lembrancinha.

“Pra você, Tchinim. Se quiser pode torcer. Tem as cores da bandeira da Itália.”

Era um chaveiro com o escudo do Fluminense preso a uma correntinha.

Ainda nenhum comentário.

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