Eu começava minha modesta carreira, como repórter dos cadernos de artes e variedades.
Minha incumbência era escrever sobre música popular brasileira – o que me levava a entrevistar de cinco a seis cantores/compositores a cada semana.
Cobria shows e lançamentos de discos.
O salário não era lá aquelas coisas.
Mas, a gente se divertia legal.
Já resgatei algumas dessas entrevistas na seção “Leia Esta Canção”.
Tenho vontade de trazê-las todas ou, em especial, as mais relevantes para disponibilizá-las no site.
É um projeto sempre adiado, mas que ainda realizarei, prometo.
Todo esse blábláblá devo explicar se deve ao cd recentemente lançado pela Som Livre, Sempre, do saudoso sambista Roberto Ribeiro (1940/1996).
Trata-se de uma coletânea, com os sucessos do grande intérprete.
“Todo Menino É Um Rei” é o carro-chefe.
Bateu uma saudade danada, meus caros. Por tudo e por nada.
Entrevistei Roberto Ribeiro algumas vezes em meados dos anos 70, quando sua produção era mais recorrente.
O Brasil vivia um momento de exceção.
Era um país triste.
A voz cristalina de Ribeiro dava dignidade e vida ao samba.
O grande intérprete teve um final trágico.
O diabetes, além de lhe debilitar a saúde, lhe trouxe complicações para tocar a vitoriosa carreira.
Perdera parte da visão.
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Morreu atropelado numa quebrada do Rio de Janeiro.
Ainda hoje não é reverenciado como mereceria…