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O senador e a PEC dos jornalistas

Leio no noticiário que o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) creditou aos “donos de faculdades” a aprovação pelo Senado da PEC 33/2009 nesta terça, dia 7 de abril (dia do Jornalista). Para quem não lembra, esta é a conhecida (e polêmica) PEC dos Jornalistas que restabelece a obrigatoriedade do diploma universitário em Jornalismo para o exercício profissional.

A proposta foi aprovada em segundo turno por larga margem de votos: 60 a 4.
O senador tucano diz que tal obrigatoriedade “pode ser uma forma de limitar a liberdade de expressão”.

O nobre parlamentar, que me perdoe, mas discordo em gênero, número e grau de suas afirmações.

Se ele diz que a proposta contempla o interesse dos cursos de jornalismo, fico tentado a imaginar que sua discordância vai ao encontro do que almejam e desejam os donos dos grandes conglomerados de comunicação. Que, sabe-se bem, no Brasil já desfrutam do monopólio da informação (meia dúzia de famílias dominam a área e que agora almejam também o direito de eles próprios formarem o profissional de jornalismo.

Óbvio está que este profissional só será admitido como tal se rezar na cartilha que pregam tais senhores.

É tal história: vale mais a voz do dono do que o que pensa e escreve “o dono da voz”.

(Isto, sim, é censura, concorda?)

Quanto ao medo de “limitar a liberdade de expressão”, fique tranquilo senador. Todo e qualquer jornalista, formado nas boas escolas de jornalismo que existem no Brasil, aprendeu defender o ideário de democracia e justiça social, amplamente discutido nos conteúdos humanísticos dos cursos.

O respeito à liberdade de expressão é o primeiro – e indestrutível – pilar de todo aprendizado, ao lado de outros como o respeito à verdade factual e o incentivo às funções crítica e fiscalizadora.

Jornalismo, senador, se aprende na escola, sim.

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