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O setentão

O amigo Tião das Marmitas* o chamava – acreditem! – de fanho.

Carlos Imperial, doublé de produtor musical e compositor da época, o chamava de Elvis tupiniquim.

Meu pai, fã de boleros e canções italianas, dizia que o sucesso do cabeludo não duraria seis meses. (A bem da verdade, ouvi o mesmo comentário de muita gente.)

O que é isso? Parei na contramão…

Poucos entendiam tamanho sucesso.

Houve até um disk-jóquei que quis quebrar o disco que o moço acabara de lançar.

Splish Splash.

A Igreja queria excomungá-lo porque o cara mandou “tudo mais para o inferno”.

O pessoal da MPB torcia o nariz toda vez que ouvia suas canções.

Para a turma do ponche e conga, então, ele era um fantoche.

Diziam que era um produto do Sistema.

Agente divulgador de ritmos e sons alienígenas…

Neste 19 de abril, Roberto Carlos completa 70 anos.

Acima do bem e do mal.

É único no cenário artístico brasileiro.

Detalhe.

O inimitável tem hoje bem mais do que um milhão de amigos.

E ainda nos ensina a saber viver…

Respeitemos o luto do Rei (pela recente morte da filha Ana Paula).

Mas, celebremos a carreira vitoriosa, e irrepreensível.

Cabe, talvez, um único – e breve – senão.

O cantor/compositor poderia liberar a publicação do livro “Roberto Carlos em detalhes”, do historiador Paulo Cesar de Araujo. A obra de 504 páginas é uma belíssima homenagem à indiscutível grandeza do Rei.

*Tião das Marmitas era o apelido de Tim Maia quando, na adolescência, conheceu Roberto Carlos – e, com ele, formou o grupo The Sputniks.

** Foto: Jô Rabelo