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O show do Paulinho da Viola

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Foto: Facebook/Divulgação

Depois de anos e anos voltei a ver um show ao vivo, in loco, numa casa de espetáculos.

Foi na noite de sábado, no tal Espaço Unimed em frente ao Memorial da América Latina.

Fui ver o notável Paulinho da Viola que agora em novembro, creio, completa 81 anos.

Diria que, embalado pelos grandes sucessos da carreira de Paulinho, foram quase duas horas de encantamento e pura nostalgia.

Paulinho é nossa melhor referência como sambista.

Um autor de estilo único, o elo entre a fina tradição e o futuro do mais autêntico gênero musical brasileiro.

Os sambas de Paulinho são definitivos.

Ele os canta primorozamente.

Estavam todos lá, no repertório.

Um mais bonito que o outro: “Timoneiro”, “Coração Leviano”, “A Dança da Solidão”, “Sinal Fechado”, “Pecado Capital”, “Coisas do Mundo Minha Nega”, “Sei lá Mangueira”, “Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida”, “Argumento”, “Onde a Dor Não Tem Razão”, entre outros tantos e tamanhos.

O tempo passou rápido, e nem me dei conta.

(Penso que aconteceu o mesmo com a distinta plateia)

Só à saída do show, no estacionamento, prestes a voltar pra casa, me dei conta do único senão do espetáculo.

Paulinho não cantou um dos meus sambas preferidos.

Que, sei lá por quais motivos, faz parte da minha história de vida.

Tinha 19 para 20 anos quando o Poeta do Samba o apresentou, pela primeira vez, ao público. Foi uma noite fria de segunda-feira, e Paulinho era um dos participantes da Feira Permanente da Música Popular Brasileira. O local? O teatro da TV Tupi, nas quebradas da avenida Brigadeiro Luiz Antônio. 1970, se não me falha a memória. Havia, se tanto, entre 20 ou 30 pessoas na plateia.

Eu era um deles. Foi emocionante e ainda hoje, sem motivo ou razão, vez ou outra, me surpreendo a cantar baixinho, para mim mesmo, versos tão dolentes.

” Não sei por que a gente fica desse jeito.”

….

Chama-se “Nada de Novo”.

Permitam-me agora cobrir essa lacuna.

Ouçam – e, se possível, comentem.

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