Na boa…
Não sei o que se passa nessa minha xaroposa mente.
Imaginem, meus caros, qual o teor do meu sonho nesta noite?
Eu estava de volta à velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a rua Bom Pastor.
Acreditem!
Havia sido contratado para animar a festa.
Ou quase isso…
Minha função, creiam, era cantar músicas do Benjor – pode? – acompanhado por um daqueles trios tradicionais de MPB, composto de baixo, bateria e piano.
Pense no absurdo.
Um piano de calda em meio à redação na hora do fechamento.
Juro que não bebi nadinha antes de dormir.
Fui dormir de cara limpa, juro.
A cena era impagável.
Assim como os músicos das boates de antigamente, a gente ficava em um canto sobre um tablado ao som de “País Tropical”.
Único senão.
Eu não conseguia concluir sequer um verso, pois alguém logo me chamava para ajeitar um título, dar pitacos na diagramação, escolher uma foto, cortar o pé de um texto…
O baticum benjorniano não parava – e eu ali tentando atender a todos, sem perder o ritmo, sem comprometer a minha nobre função.
— Fui contratado para ser cantor, dizia.
Mas, não me negava a ajudar a turma.
Até no past-up eu fui parar acompanhar o fechamento da primeira página.
O quê?
Vocês não sabem o que é past-up.
Tudo bem.
Podem procurar no Google que eu espero para terminar a história.
(…)
Pois então…
Lamento informar.
Mas, o sonho acabou…
Na verdade, nem me lembro se houve um final lógico – que aquela redação sempre foi um grande nó.
Sei apenas que acordei bem-humorado que só – coisa rara de acontecer, mesmo em um sábado.
Querem ver?
Vamos lá pessoal, todo mundo, agora, vai…
Mó Num Pá Tro Pi…
Abençoa Por De
E Bo Ni Pó Naturê
Ma Qui Be Lê…”