Há quinze anos, em um ensolarado junho como este que se inicia, eu deixei a velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a rua Bom Pastor. Os amigos de fé não estavam mais lá. Os sonhos, ainda intactos, levei comigo.
Por que hoje me recordo deste momento?
Sei não…
Matéria de memória, como ensinou Cony.
(…)
À época, sem saber que me despedia do jornal e dos leitores, escrevi com tom nostálgico uma coluna em que saudava a chegada de junho e rememorava os tempos de infância no Colégio Nossa Senhora da Glória, no Cambuci.
Falei também sobre os tempos de juventude, os dias na Universidade de São Paulo onde estudei e o frágil (mas, poético) conceito de liberdade que tínhamos naqueles idos:
“Há quem diga que o conceito de liberdade para a minha geração não fosse além de uma calça velha, azul e desbotada. Ou que éramos libertários demais, responsáveis de menos.”
(..)
Se quiser me dar a honra, a íntegra do texto, leia AQUI.
Permitam-me, porém, perpetrar o anticlímax – e, desde já, replicar o final daquela crônica:
“E bom chegar ao cinquenta e quequérecos. Não há o que lamentar. Distrações, contradições e sonhos são formas de liberdade. Diria o mago: fazem parte do caminho. Diria o meu saudoso avô, o maior de todos os pecados é o arrependimento.”
Único senão: é que hoje me encaminho para os 6.8 (bastantão, né?) e penso da mesmíssima forma, embora (ou apesar de que) este mundão de Meu Deus não seja mais o mesmo.
Por onde andam o sonho e a liberdade de ser o que se é?
*(foto: l.cunha)
“
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