Ali, pelo início dos anos 90,
fui pautado pelo Alfeu (ou seria Alceu?),
editor da Agência Estado, para fazer
uma reportagem sobre
as previsões de Nostradamus…
Talvez tenha sido em 89.
Talvez…
É o tipo de matéria que sempre
gostei de fazer, longe da pauta
‘fechada’ do dia-a-dia da Redação.
Basicamente, o seguinte:
entrávamos numa nova década
e o ano 2000 se aproximava…
Com o tal, todos os cataclismas,
anunciados em eras priscas, poderiam
desabar sobre a humanidade indefesa…
A proposta era conversar
com esotéricos, de diversas
especialidades – búzios, tarô, astrólogos,
sensitivos e afins -, para ver o que diziam.
Confirmavam ou desmentiam o velho Nostra…
Falei com uma pancada de gente.
Me assustei com alguns. Me diverti
com os mais exóticos. Me impressionei
com dois ou três…
Para resumir, a reportagem
revelou que o mundo sofreria
uma série de transformações físicas
e climáticas. Haveria grandes tragédias
– e só os justos se salvariam…
Foi isso que deu…
II.
Essa matéria deu origem a outra
que propus ao Alceu (ou seria Alfeu?).
Eu falaria com cientistas sobre
as tais mudanças do Planeta – e veria
se as previsões batiam ou não…
Longe de qualquer rigor científico,
as coisas se encaixaram – um pouco
pra lá, outro tanto pra cá;
mas se encaixaram…
Só que na versão dos professores
da Universidade São Paulo, o grande
causador de tudo chamava-se (e chama-se
ainda e dolorosamente) Efeito Estufa.
A partir dele, viriam o aquecimento
do clima, o degelo das calotas polares,
o aumento do nível dos oceanos,
os desertos se alastrando por onde
antes havia vida, enfim…
III.
Hoje, leio nos jornais
que o Planeta está condenado.
A Folha de S. Paulo inclusive
traz um Caderno Especial, com
amplo estudo sobre a temática.
Mais do que assuntos econômicos,
o Fórum Internacional de Davos, Suiça,
cuidou de discutir as conseqüências
de tamanho descuido…
Para surpresa geral, o inverno
europeu tem sido ameno – é
comum se assistir nos noticiários
de TV a estranheza de todos.
Torneios de esqui precisaram
ser transferidos, flores
nasceram nesta época (o que sempre
foi inimaginável), ordas de turistas
a arrastar capotes e puloveres
pelas ruas, praças e monumentos.
Imagens que não condizem
com o inverno no Velho Continente.
"O Tempo Enlouqueceu",
manchetou um jornal italiano.
Pois é. Enlouqueceu. Mas,
convenhamos, não foi por falta
de aviso… Há quanto tempo,
ONGs, ambientalistas, especialistas
e a mídia deram o alerta.
Alguns foram tachados de
ecochatos, de tanto que insistiam.
Agora é correr atrás do prejuízo…
IV.
Ainda neste tema, postei hoje
o texto Aves Migratórias, da querida
Vanessa Schultz, que mora na Escócia.
Na verdade, é a sua mensagem
de Ano Novo para os amigos – mas,
o recado vale para todos. Quanto mais
gente, melhor. A luta é de todos.
Justos e injustos, feios e bonitos,
alegres e tristes. Aqui ou na Escócia
ou em qualquer parte do Planeta ameaçado…