Foto: Jô Rabelo/Arquivo
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Ou o problema é o X? – como observou o amigo Wilson Luque.
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Serei sincero.
Não me dei ao desplante de me informar a fundo sobre a biografia e as nebulosas intenções do bilionário sul-africano Elon Musk, proprietário da plataforma X (antigo Twitter) que anda de falação tosca para cima das instituições e dos governos brasileiros.
Um arrivista, me parece.
Fanfarrão no melhor estilo ‘eu_tenho_muita_grana_eu_posso_tudo’.
Sei que, por aqui, a tigrada está se esbaldando e quer tirar proveito do despautério.
Saudades da ditadura.
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No mais, sei também que o carudo não é dos meus.
Bastam-me as as referências que ouvi de amigos, há já algum tempo, para tê-lo do outro lado da trincheira.
Ademais nunca fui adepto das redes sociais.
Não tenho mais idade para tamanho desperdício.
Quero distãncia de intolerantes, egoístas e tacanhos, seja qual for a matiz ideológica.
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Soube que o Estropício tomou uma tunda daquelas nas cortes americanas ao tentar censurar pesquisadores e institutos que denunciaram a plataforma digital como antro de divulgação das famigeradas fake-news.
Disseram coisicas que o Cujo não quer e não gosta de ouvir.
Voltou-se agora para o Brasil, onde seu negócio ainda não prosperou como imaginava.
Tempos voláteis, meus caros.
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Alguns amigos me dizem que o boquirroto é parte de uma conspiração nazifascista maior, ampla, que se espraia perigosamente, país a país, continente a continente, mundo afora.
O favoritismo da candidatura de Ronald Trump nas próximas eleições presidenciais americanas seria a pedra de toque para a invernada da extrema-direita.
O Brasil, dizem, seria um objetivo a ser alcançado. Visto que a vitória das forças progressistas e de Lula nas eleições de 2022 não pôs fim à polarização entre nós.
É um campo farto.
Somos um país dividido.
Pior.
Ainda hoje, notícia da Folha de S.Paulo diz que ‘o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, acionou a ONU (Organização das Nações Unidas) para fazer um alerta sobre o aumento de movimentos neonazistas no Brasil’.
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Escova, o amigo cético que prognosticou a debaclê em verde-e-amarelo na tétrica sessão do Congresso que aprovou o impeachment de Dilma Rouselff em 2016, me envia mensagem dos arredores de Paris onde se auto-exilou, com o alerta:
“Volvemos ao período das trevas, Rudi”.
Não sei se concordo inteiramente com o amigo dos velhos tempos de reportagem na velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a rua Bom Pastor.
De minha parte, concordo, sim, que vivemos num período de grossa desfaçatez.
A penumbra que nos paralisa e dá medo.
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O mais desalentador – e perigoso – é que não vejo, no Brasil e no mundo, ninguém disposto a abrir as janelas e deixar o sol entrar.
Vale para o individual.
E, berrantes à parte, vale tristemente para o coletivo.
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O que você acha?