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Oba-oba geral

Passei a manhã de sábado em quatro bancas avaliadoras de monografias do curso de pós em jornalismo esportivo da Fundação Armando Alvares Penteado. Como professor-convidado, dividi os pareceres e os comentários sobre os trabalhos apresentados* com os professores Alec Duarte e Tiago de Paula Oliveira.

Desconfio que em todas ponderações não deixamos de ressaltar a importância de o jornalista permanecer eqüidistante da cena e/ou do personagem objeto de estudo. Assim evita-se correr o risco de comprometer nossa análise e/ou nosso relato e privilegiamos a imparcialidade e a mediação entre o público e a notícia.

Há que se reconhecer que o esporte por si só é movido a paixão.

Daí, a tênue linha entre a razão e o coração que que envolve toda e qualquer cobertura jornalística.

Daí também a atração que o gênero hoje possui junto a um grande número de jovens e futuros profissionais de Imprensa.

Diria mesmo – na base do chutômetro – que um em cada três garotos que sonham em ser jornalistas imaginam-se cobrindo uma Copa do Mundo, uma Olimpíada, uma rodada final do Brasileirão, como a que ontem ocorreu.

E foi exatamente neste ponto que desandou a maionese.

Se um dos nossos alunos acompanhou – e é provável que todos acompanharam – as transmissões dos jogos de ontem, vão escrever no gelo tudo o que dissemos nas bancas.

E mais: vão nos achar ETs que nada sabem da vida real.

O jogo entre Corinthians e Palmeiras foi um espetáculo que mobilizou toda a cidade. Teve contornos de dramaticidade, fanatismo e paixão. Pela rivalidade das equipes e por todos os interesses que estavam em jogo. Inclusive – e principalmente – o de bater recordes de audiência para alegria dos patrocinadores e investidores envolvidos no tal evento.

Há algum tempo o futebol deixou de ser única e exclusivamente um esporte.

E o jornalismo esportivo – salvo raríssimas exceções – navega vorazmente nessas águas.

Há quem diga que sempre foi assim.

Umm oba-oba geral.

Só acho modestamente que não precisaria ser tão assim.

** Parabéns aos alunos: Fernando Machado Lemos Borges, Rachel Vieira Belo de Azevedo, Bruno Brando Balázs da Costa Faria e Júlio Ferdinando Franco – todos aprovados nas bancas da Faap.

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