Chegamos à nossa oitava Oficina de Leitura sobre crônicas.
A obra das mulheres cronistas é o tema do encontro desta quarta.
Três delas destacam-se: Rachel de Queiroz, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles.
Percebo na escolha dos textos a serem lidos pela garotada uma preferência natural por Clarice que, talvez, (perdoem-me a heresia) seja a menos cronistas-cronistas dela. É mais uma autora de contos e romances, mas se deu bem como observadora do cotidiano por uns tempos assinando uma coluna no histórico Jornal do Brasil.
A própria Clarice se confessa um aprendiz de cronista em um texto em que diz perguntar “a Rubem Braga, o inventor da crônica”, o que exatamente vem a ser esse bendito gênero literário e/ou jornalístico.
Li para os alunos o texto “Os dois bonitos e os dois feios”, de Rachel de Queiroz, a mais popular de nossas cronistas;
Durante anos e anos, Rachel fez parte da elite do jornalismo brasileiro ao assinar uma coluna semanal na revista O Cruzeiro, de extraordinário sucesso junto ao público nos anos 50 e 60.
O Brasil tinha um terço da população atual (em torno de 200 milhões de habitantes) e a revista de âmbito nacional chegou a uma tiragem recorde de 700 mil exemplares – algo, diria, impensável nos dias atuais,
Ao lado do humor de O Amigo da Onça, do cartunista Péricles, e das reportagens bombásticas (e por vezes forjadas) de David Nasser, a crônica de Rachel de Queiroz era um dos pontos altos das bem sucedidas edições.
Não houve tempo para visitarmos a obra da sensível Lygia Fagundes Telles.
Adiamos essa leitura e os comentários para a Oficina de encerramento, dia 30 de novembro.
Lamentei, mas saberemos compensar a demora.
Lygia é uma autora fantástica.
Já escolhi a crônica a ser lida. Chama-se “Então, adeus!” e é lindíssima. Fala da imprevisibilidade da vida e… da Bahia!