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Oficina de Leitura: Vinicius de Moraes

Nasço amanhã.

Ando onde há espaço.

– Meu tempo é quando.

(…)

Para entender Vinicius de Moraes é preciso, diria, estar apaixonado.

Que me perdoem os cinzas e os céticos, mas entender a obra deste carioca (1913/1980) é fundamental entregar-se à um grande amor, e vivê-lo intensamente.

“A vida é arte do encontro embora haja tantos desencontros pela vida.”
Diplomata, poeta, compositor… O que mais?

Ah… o Poetinha que também foi cronista.

Aliás, sobre este gênero jornalístico/literato, ele asseverou:

“Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista. Na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano a coisa fia mais fino”.

Saravá, Poetinha/cronista! Saravá…

Em um texto sobre o centenário de Vinicius em outubro de 2013, tomei a liberdade de escrever (que ousadia!) e replico agora:

“A vida não seria a mesma sem o teu cantar de versos eternos, definitivas canções.Tantas você fez que suas palavras ainda hoje são luz e guia para quem se arremessa no incrível desafio ‘de ser eterno enquanto dure’.”

Vinicius foi tão grande como poeta e compositor que até esqueci a sua faceta de cronista. Sincero escrevinhador a exercitar-se no olhar mais alongado sobre os meandros do cotidiano.

Quem não gostaria de, neste exato momento, surpreender a si mesmo a cantarolar para si mesmo?

“Se você quer ser minha namorada
Ah! que linda namorada
Você poderia ser…”

Escrevi mais sobre o homem:

Cantar, poetar, viver o amor. Doce magia, legado maior da vida:

“É melhor ser alegre que ser triste.”

Chega de saudade, então.

Para o encontro de hoje separei dois textos de Vinicius. Crônicas publicados em meados dos anos 50: Os Amigos e Batizado na Penha. Para começar a nossa conversa, vamos ler uma das mais lindas crônicas da nossa em Língua Portuguesa: Recado de Primavera, escrita por Rubem Braga para saudar a chegada da primeira primavera ao Rio de Janeiro após a morte de Vinicius de Moraes.

(…)

quem gostou, faz barulho!

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