Foto: Serra da Bocaina/Arquivo Pessoal
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“Dá uma pregui que você nem imagi…”
(Dito do filósofo contemporâneo e bom malandro-trabalhador, Valtinho Cazuza, figura emblemática dos meus idos de infância na rua Muniz de Souza)
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Verdade!
Não é simples voltar ao Blog depois de uns dias de ausência programada e folga prolongada (não sei se merecida).
Usarei a viagem a São José do Barreiro (de lindas paisagens, ao pé da Serra da Bocaina) e os dias de Carnaval como esfarrapadas desculpas para a pausa.
Também permitam-me alegar, em causa própria, outro motivo.
Amável leitor e amável leitora, lhes digo que ando um tanto atarantado – mais do que me é habitual – com a proximidade do Blog alcançar 5 mil postagens em breves dias.
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Sabem o que tal marca significa, meus caros e raros?
Na prática, não representa nada para o bem ou mal geral da nação e do planeta.
Ainda mais, partindo de onde parte, vindo de onde vem… Ou seja, a saga e a cena de um mal-ajambrado e insistente escrevinhador, como este que vos pertuba com infindos lero-leros (quase) todos os dias.
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Explico do jeito que posso meu desassossego.
Sou um homem simples, do bairro operário do Cambuci, descendente de calabrês, e como tal, eu estranho tudo o que não entendo.
Não sei bem como cheguei até aqui – e olhem que é uma longa trajetória.
Menos ainda passa pela minha cabeça como seguir adiante.
Será que ainda tenho historietas e causos para lhes contar neste nosso encontro (quase) diário?
Ou insisto nas mazelas do cotidiano de um mundo desalmado e à beira da Terceira Grande Guerra?
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– Escreva, meu caro, escreva – diz o Escova, amigo distante e autoproclamado ombudsman do nosso Blog.
Cita o eterno Quintana e tentarme tirar do que chamou de “impasse existencial”:
“Escrever não muda o mundo. Escrever muda as pessoas. As pessoas mudam o mundo”.
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Pois é…
Exatamente neste ponto nevrálgico que mora o perigo e a razão do momentâneo desacreditar.
Digo isso a ele que, no ato, me responde taxativo:
– Seja como for, escrever é um ato de amor e resistência.
E conclui:
– Ademais, nesta altura do campeonato, vai fazer o quê da vida? Vender água de coco na praia, criar galinhas, jogar dominó na praça com outros velhinhos chorosos e resmungões?
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Não lhe dou razão, mas também acho sensato não ignorar os conselhos do amigo.
De qualquer forma, ói nóis aqui tráveis…
Termino esclarecendo, para que dúvida não pairem, que este é a postagem de número 4985.
– Uma bela milhar! – diria meu amado e saudoso pai, o Sr. Aldo, fanzaço de uma fezinha no jogo do bicho.
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O que você acha?