Valho-me da manchete do El País como mote para a conversa de hoje.
Votos “verdes” podem decidir eleição no Brasil.
Está também na home do UOL, inclusive.
Como dizem pela aí, nas rodas de intelectuais, permitam-me reagir e discordar de um dos mais respeitáveis jornais do mundo.
Não reconheço a tal “onda verde” que teria, por fim, levado o pleito presidencial para o segundo turno.
Reconheço, sim, uma onda, digamos, amarela a sinalizar atenção aos dois partidos que se revezaram no Poder Central nos últimos anos; o PSDB e o PT.
Não é propriamente um bloco de irrefutáveis descontentes.
Mas, sim, de pessoas que não estão plenamente satisfeitas e querem mais.
Vão além das discussões sobre sustentabilidade e meio-ambiente as querências desse eleitorado que carreou cerca de 20 milhões de votos para a candidatura de Marina Silva.
Claro que foi plenamente convincente a performance da candidata que veio de longe, marcada principalmente pelo equilíbrio e pela sensatez, muito mais do que um ideário programático que, no fundo, no fundo, ninguém sabe exatamente qual é.
No modesto entender deste escriba (que não tem qualquer pretensão a cientista político) foi um manifesto saudável. Soou o alarme que anuncia o fim das falsas promessas e da hipocrisia política.
Que assim seja…
Só não sei para que lado esses eleitores vão se bandear no segundo turno.
De alguma forma, o recado foi dado…
Seja quem for que vencer, já sabe.
Estamos no limiar de um novo tempo.
** FOTO NO BLOG: Jô Rabelo