Foto: Reprodução
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Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças.
Que a alegria da consciência tranquila, que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração.
Que a vossa proteção, Cosme e Damião, conserve meu coração simples e sincero, para que sirvam também para mim as palavras de Jesus:
‘Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino dos céus’.
São Cosme e Damião, rogai por nós…
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Estou em dúvida.
Qual a data certa para se comemorar São Cosme e São Damião, 26 ou 27 de setembro?
Na homilia de hoje pela manhã, ouvi do frei que a festa dos irmãos e santos é hoje.
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Logo me bateu outra questão.
Será que ainda se comemora Cosme e Damião como lá nas quebradas do Cambuci no meu tempo de garoto?
Confesso que, tantos anos depois, havia esquecido a tradição.
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Lá nos antigamentes – e um bom amigo, o Nestor, me disse que o Blog só existe para lembrar os antigamentes -, havia um corre-corre da molecada (e alguns crescidinhos também) até a casa da Dona Angelina, onde a partir das 15 horas havia farta distribuição de balas e doces na intenção de agradecer e homenagear os santos.
Era uma coisa mais informal. Não havia patrono que bancasse ou algo do gênero. Os vizinhos da rua Muniz de Souza se cotizavam para comprar as guloseimas que faziam a alegria na garotada – e, como já disse, de alguns crescidinhos também.
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Houve um tempo que as festas de São Cosme e São Damião ficaram ameaçadas.
A meninada ficou em pânico.
Iriam ‘cassar os santos’ assim como a ditadura militar cassava os políticos que lhe faziam oposição.
Verdade.
Criança pega as conversas pela metade – e não se importa tanto pelo contexto.
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Ouvia-se dizer que os santos, irmãos e médicos, tinham os pezinhos na Umbanda ou no Candoblé e que a Igreja estava fazendo uma ‘limpa’ nos santos que não possuíam comprovada a própria existência.
Os mártires Cosme e Damião estavam no mesmo rol de outros nomes santificados pelos católicos como São Jorge, Santa Bárbara, Santa Filomena, São Cristóvão, São Nicolau, entre outros tantos e tamanhos.
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A bem da verdade, essa medida imposta aos católicos nunca ‘pegou’ pra valer.
Durante a década de 60, ficamos no disse-que-disse. Cada qual com seu santo de fé e suas orações.
Desconfio até que as festas da Dona Angelina continuaram.
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Só bem depois fiquei sabendo, não houve cassação de santo algum.
Houve, sim, um decreto do Papa Paulo 6° que retirou alguns santos do ‘culto universal da Igreja Católica Apostólica Romana’.
Isso foi em 1969 – e eu não morava mais na Muniz de Souza.
Além do que, já era, digamos, bem crescidinho.
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O que você acha?