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Oremos

Tem dia que de noite é fogo.

A vida anda muito competitiva.

Irmão desconhece irmão, como bem disse o sambista mor, Paulinho da Viola.

Ah!, meu Santo Antônio, dai-me paciência, e outro tanto de prudência.

Em vista de tudo o que viveu e do que imagina ainda estar por vir, Dona Yolanda, 87 anos, cumpre o mesmo ritual todos os dias 13 de junho. Acende três velas, num canto da cozinha. Uma para o Pai, outra para Nossa Senhora e a terceira para Santo Antônio.

Reza pela família – as filhas, o filho, os netos, os bisnetos, a nora, o genro…

Reza pelos que se foram.

Reza por um mundo mais justo, onde as pessoas vivem em paz.

— Nem vejo mais TV de tantas maldades que exibem.

Viver é tão mais simples, ensina ela.

— Não entendo para que tanta aflição.

Houve tempo que, nesse dia, Dona Yolanda seguia para a igreja na Praça Patriarca. Assistia à missa e, ao final, aguardava as bênçãos do padre e o pãozinho de Santo Antônio.

Em casa, o destino do pão era certo. Ia parar dentro da lata que guardava o açúcar. Assim o santo não só olharia por todos que ali moravam como lhes garantia alimento, saúde e prosperidade pelo resto do ano.

Desde então ela acredita piamente na força do santo. Que, no Brasil, tem fama de casamenteiro.

Lembro que, nesta data as irmãs, quando meninas ainda, faziam uma “simpatia” para que o santo lhes arranjasse “um bom partido”.

Demorou um tantinho, mas desconfio que o pedido foi atendido.

Pois é, comecei citando um verso de Paulinho da Viola, lembrei a crença de minha mãe e a ingênua brincadeira das manas…

Tudo para não falar do futebol de hoje à noite que pode chutar para longe a nossa paz…

Aliás, nunca é demais pedir um tantinho mais em oração:

Santo Antônio, rogai por nós.

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